No relatório divulgado em maio, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) revisou para baixo, em 4,2%, a produtividade média esperada para o milho de segunda safra na temporada atual, frente à estimativa anterior, de abril.
As revisões foram em função dos atrasos na semeadura e clima adverso (falta de chuvas) em importantes regiões produtoras.
Com relação à área semeada, houve incremento de 0,9% na mesma comparação.
Com isso, a produção brasileira de milho na segunda safra está estimada em 79,80 milhões de toneladas, 3,4% menor que o estimado anteriormente.
Na comparação com a temporada passada (2019/20), no entanto, o volume previsto deverá ser maior, em função do aumento da área em 8,8%, que deverá compensar, em parte, a queda de 2,4% na produtividade média no ciclo atual.
As preocupações com a produção da segunda safra, a boa demanda doméstica e os baixos estoques internos puxaram para cima os preços no mercado brasileiro de janeiro até as primeiras semanas de maio.
Na região de Campinas-SP, a saca de 60 quilos chegou a ser negociada em R$108,00 em 6 de maio, uma alta de 28,5% no acumulado do ano.
Recentemente, em meados de maio, a queda do dólar frente ao real e o ritmo melhor de avanço da semeadura do milho nos Estados Unidos fizeram os preços caírem no mercado brasileiro.
No mais, as chuvas na quarta semana de maio no Centro-Sul do país colaboraram com os recuos das cotações. Entretanto, destacamos que as quedas foram limitadas pela baixa oferta interna nesse momento e incertezas com relação à segunda safra.
Segundo levantamento da Scot Consultoria, na região de Campinas-SP, a referência caiu para R$104,00 por saca (24/5).
Em trinta dias, no entanto, a cotação acumula alta de 2,0% na região e, na comparação com maio do ano passado, a cotação está 92,6% maior esse ano. Veja a figura 1.
Figura 1. Preços do milho em grão na região de Campinas-SP, em R$ por saca de 60 quilos.
Fonte: Scot Consultoria
Para o final de maio e começo de junho, se o dólar seguir em patamares mais baixos e o clima for mais favorável no Centro-Sul do Brasil, a expectativa é de que os preços fiquem estáveis, podendo cair pontualmente, entretanto, sem espaço para recuos mais fortes por ora, diante da baixa disponibilidade, que deverá seguir até a colheita da segunda safra ganhar força, em meados de junho.