O Brasil é o segundo produtor de carne bovina do mundo, atrás apenas dos Estados Unidos.
Estima-se que em 2020 o Brasil tenha produzido 10,1 milhões de toneladas em equivalente carcaça, enquanto os EUA produziram 12,4 milhões (USDA).
Os demais produtores, por ordem de importância são: União Europeia, China, Índia, Argentina e Austrália, em ordem decrescente. Veja na figura 1.
Figura 1. Evolução da produção de carne bovina de 2010 a 2021 dos cinco maiores produtores mundiais, em milhões de toneladas equivalente carcaça (tec*).
*A tonelada equivalente carcaça é uma unidade de medida que padroniza a pesagem da carne bovina, incluindo produtos que levem em consideração o cozimento de carnes industriais e desossa dos cortes de carne.
Fonte: USDA / Elaboração: Scot Consultoria
Quando a conversa é sobre exportação, os papéis se invertem. Em 2021, o Brasil vem ocupando a primeira colocação, seguido dos Estados Unidos (USDA).
De forma decrescente, os principais exportadores são: Brasil, Estados Unidos, Índia, Austrália, Argentina, Nova Zelândia, Canadá e Uruguai. Veja na figura 2.
Figura 2. Evolução da exportação de carne bovina de 2010 a 2021 dos cinco maiores exportadores mundiais, em milhões de toneladas equivalente carcaça (tec).
Fonte: USDA / Elaboração: Scot Consultoria
O desempenho das exportações brasileiras de carne bovina tem sido positivo nos últimos anos, com crescimento médio em volume de 4,8% ao ano, desde 2010, com destaque para os incrementos maiores a partir de 2018, com a China aumentando as importações.
O crescimento da demanda chinesa tem ocorrido para suprir a crise de abastecimento de proteínas de origem animal no país, após o surto de peste suína africana (PSA), que diminuiu expressivamente o plantel suíno chinês em 2018. Veja mais na tabela 1.
Tabela 1. Volume (mil toneladas) e faturamento (US$ bilhões) das exportações de carne bovina in natura do Brasil e participação do mercado chinês, entre 2015 e 2021.
*Dados parciais até agosto de 2021.
Fonte: Secex. Elaboração: Scot Consultoria.
No mercado de carne bovina, os principais exportadores para a China além de Brasil e Estados Unidos, são Austrália, Uruguai, Nova Zelândia, Chile, Costa Rica e Canadá.
Os principais concorrentes brasileiros, considerando o volume exportado de carne in natura, estão listados na tabela 2.
Tabela 2. Total de carne bovina in natura exportada para a China, em mil toneladas.
*Dados parciais até junho de 2021.
Fonte: US Meat Export Federation, INDEC e Department of Agriculture, Water and the Environment, International Trade Centre, MLA. Elaboração: Scot Consultoria.
Vemos que o Brasil apresenta grande vantagem no volume exportado para a China.
As exportações dos EUA para a China estão crescendo ao longo deste ano quando comparado ao ano passado, mas representam apenas 20% do volume comercializado pelo Brasil no mesmo período (junho de 21).
A competitividade brasileira no mercado internacional de carne bovina se dá por três motivos.
O primeiro deles é o grande volume produzido. Como mencionado, o Brasil é o segundo produtor mundial de carne bovina, com um grande potencial para atender a demanda externa.
O segundo motivo está relacionado aos preços do produto exportado, que quando comparados aos de países concorrentes, são menores, como será mostrado adiante.
E, por fim, o terceiro motivo é a possibilidade de aumentar a produção através da intensificação da atividade pecuária. Com o aumento de produtividade (@/ha) através do uso de tecnologias, é possível produzir mais, sem a necessidade de aumentar a área atualmente dedicada a essa atividade.
Em 2020, a Argentina registrou o menor preço por tonelada de carne bovina in natura exportada, seguida por Brasil, Nova Zelândia, Uruguai, EUA e Austrália. A desvalorização do peso argentino frente ao dólar americano, determinou esse cenário. Veja na tabela 3.
Tabela 3. Preço médio (US$) pago por tonelada de carne bovina in natura exportada.
Fonte: Secex, USDA, U.S. Meat Export Federation, Dirección Nacional de Estadísticas del Sector Externo, INDEC, Meat & Livestock Australia, ABARES, International Trade Centre, INAC. Elaboração: Scot Consultoria.
A carne brasileira apresenta boa competitividade comparada às carnes norte-americana, australiana, neozelandesa e uruguaia. Entretanto, quando comparada à carne argentina, nos últimos dois anos, o Brasil vem apresentando um preço médio maior.
O Brasil, entre seus concorrentes, é o maior exportador, em volume, de carne bovina in natura para a China.
A carne brasileira está competitiva no mercado internacional e o câmbio, nos patamares atuais, mantém as exportações brasileiras firmes.
Departamento de Agricultura dos Estados Unidos da América (USDA)
Secretaria de Comércio Exterior (Secex)
US Meat Export Federation
Instituto Nacional de Estadística y Censos (INDEC)
Department of Agriculture, Water and the Environment
International Trade Centre
MLA, Meat & Livestock Australia
Dirección Nacional de Estadísticas del Sector Externo
Australian Bureau of Agricultural and Resource Economics and Sciences (ABARES)
Instituto Nacional de Carnes (INAC)