A sinergia entre produção e produtividade, em equilíbrio com o meio ambiente, é um dos desafios enfrentados pela agroindústria.
Em busca do equilíbrio entre a natureza e a produção, soluções inteligentes e sustentáveis são adotadas em maior escala.
Neste contexto, o termo bioeconomia tem ganhado relevância como um conceito de produção industrial baseado no uso de recursos biológicos.
O objetivo da bioeconomia é oferecer soluções para a sustentabilidade dos sistemas de produção e substituir os recursos fósseis não renováveis, de base biológica.
A importância deste conceito não está restrita apenas a produção de bioenergia, mas também visa o uso de conhecimento científico e tecnológico em outros setores como: biotecnologia industrial, genômica, biologia sintética, bioinformática, química de renováveis, robótica, tecnologia da informação e nanotecnologia.
A bioeconomia envolve também a produção de plásticos biodegradáveis, biopolímeros, biopesticidas, pigmentos, alimentos funcionais e biofortificados, medicamentos, fragrâncias e cosméticos. Com os avanços da biologia sintética e a enorme riqueza natural brasileira, a tendência é que surjam novos biofármacos, bioinsumos e bioprodutos (EMBRAPA, 2022).
O conceito é novo, mas no Brasil a bioeconomia é uma realidade desde a década de 1970, quando foi criado o Programa Nacional do Álcool (Proálcool).
A bioeconomia potencializa a multifuncionalidade da agricultura em prol da produção de alimentos, fibras e energia, prestação de serviços ambientais e ecossistêmicos, química verde e novos insumos.
Não há estimativa do que a bioeconomia rende à economia brasileira. No entanto, a perspectiva somente para a biotecnologia industrial, um dos segmentos da bioeconomia, é de gerar US$53 bilhões ao PIB brasileiro ao ano por 20 anos.
Segundo dados da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), estima-se que a bioeconomia movimenta cerca de €2 trilhões no mercado mundial e gera cerca de 22 milhões de empregos.
Além disso, as atividades do setor estão no centro de pelo menos metade dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) das Nações Unidas, que vão desde a segurança alimentar até a garantia de acesso à energia e saúde.
O Brasil se destaca no cenário global pela sua biodiversidade.
A produção sustentável para o setor da agroindústria é uma realidade dentro das principais produções nacionais e internacionais.
São necessárias soluções inovadoras que assegurem simultaneamente a biodiversidade e a proteção ambiental do nosso país.
A adoção da bioeconomia, além de agregar no valor final dos produtos, faz do Brasil um dos protagonistas no cenário mundial de produção sustentável.
Referências bibliográficas
BUENO, Adriana Mesquita Corrêa. Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da Agenda 2030 e bioeconomia: oportunidades e potencialidades para atuação da Embrapa. 21. ed. Brasília: Embrapa, 2022. 103 p. Disponível em: https://www.alice.cnptia.embrapa.br/alice/bitstream/doc/1142941/1/ODS-AGENDA-2030-Bioeconomia-ed01-2022-2.pdf. Acesso em: 15 jul. 2022.
EMBRAPA. Bioeconomia: a ciência do futuro no presente. Disponível em: https://www.embrapa.br/en/tema-bioeconomia/sobre-o-tema. Acesso em: 15 jul. 2022.