A preocupação, em nível mundial, em relação aos impactos ambientais causados pela produção agropecuária é crescente. Para escaparem de bloqueios econômicos, os países produtores precisarão adotar políticas ambientais para preservar e ampliar mercados.
A União Europeia é grande importadora de produtos agrícolas dos países do Mercosul. O acordo do livre comércio tem por objetivo beneficiar as duas partes, porém as imposições do bloco europeu em relação aos compromissos ambientais e sanitários dos países exportadores estão dificultando a negociação. Os 27 países-membros devem ratificar um documento nesse sentido.
No Brasil, a partir da iniciativa das empresas e dos consumidores, tem ocorrido mudanças de conduta e roteiro para um sistema agropecuário sustentável. Produções com práticas de bem-estar animal, com emissão baixo carbono e redução no desmatamento, têm sido adotadas e divulgadas.
Contudo, é importante destacar que cada país possui particularidades e, ao se estabelecer um acordo, todos os cenários devem ser considerados.
Com relação ao desmatamento, normalmente creditado à exploração rural, esse acontece ilegalmente e não pelos fazendeiros brasileiros, submetidos às rigorosas normas estabelecidas pelo Código Florestal. O desmatamento é uma questão de polícia e não de produção de alimentos.
É pertinente que o governo francês se preocupe com a procedência dos alimentos importados e a compatibilidade com as normas francesas, porém antes de pressionar fazendeiros em países em desenvolvimento, é preciso que os países que compõem o Mercosul tenham oportunidade de mostrarem como é a produção tropical e em clima temperado na América do Sul e demonstrarem a sustentabilidade com que isso é feito. Do contrário, assistiremos a mais uma leviana ação protecionista, travestida de proteção ao meio ambiente.
Material consultado: Na França, pecuaristas fazem campanha por consumo moderado de carne e criticam gado do Mercosul