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Efeitos do El Niņo no Brasil

por Nicole Santos
Sexta-feira, 18 de agosto de 2023 -11h00


O El Niño, fenômeno caracterizado pela anomalia do aquecimento da temperatura na superfície do oceano Pacífico equatorial, começou a demonstrar indícios de que se manifestaria em fevereiro, com o aumento anormal da temperatura da água próximo à costa da América do Sul, e se intensificou nos meses seguintes, com um aumento de quase 3ºC, como visto na figura 1.


O fenômeno deve começar a apresentar mais de suas características entre o período agosto-setembro e deve persistir até o final de 2023. Alguns modelos climáticos sugerem que as anomalias de temperaturas serão moderadas, enquanto outros, dizem que há possibilidade de maior intensidade e maiores temperaturas.


O El Niño não altera somente a temperatura da água do oceano, mas também padrões de circulação atmosférica (ventos), o transporte de umidade, a temperatura e o volume de chuvas. No Brasil, cada região sofre com características climatológicas diferentes por conta do fenômeno.


Nas regiões Norte e Nordeste, diferentes intensidades de seca são incidentes, com ênfase nas regiões ao norte e leste da Amazônia e sul e oeste da região Nordeste.


Na região Sudeste, ocorre leve aumento nas temperaturas médias no inverno e no verão, podendo ocorrer queimadas no período mais seco. No entanto, mudanças drásticas no volume de chuvas não costumam acontecer.


No Centro-Oeste, as temperaturas ficam mais altas e há probabilidade de chuvas acima da normal climatológica e de queimadas durante o período de seca.


No Sul, o volume de chuvas tende a ser maior durante a primavera e o verão, assim como as temperaturas.


Nem todo El Niño gera eventos típicos, tudo irá depender da intensidade do fenômeno no período.


Figura 1.
Anomalia da temperatura da superfície do mar na região do Pacífico, em graus Celsius, durante o período de 10 a 17 de junho de 2023.

Fonte: NCEP/NOAA - EUA