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Para o avicultor e o suinocultor, primeiro trimestre de 2024 está mais favorável

por Alcides Torres e Juliana Pila
Segunda-feira, 1 de abril de 2024 -15h30


Originalmente publicado no BroadcastAgro, da Agência Estado.


Pensando na avicultura de corte e na suinocultura, o principal item de custo é a alimentação dos animais.


Segundo dados CIAS (Central de Inteligência de Aves e Suíno) da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) Aves e Suínos, a ração participou, em média, em 69,0% do custo de produção dos frangos, considerando o estado do Paraná, e 75,3% do custo para a suinocultura, em Santa Catarina, em 2023.


Com o milho como o principal item na composição da dieta desses animais, percebemos que 2024 vem se apresentando mais favorável para o granjeiro.


A relação do preço do frango e do suíno vendido na granja versus o valor de compra do milho está em um dos melhores patamares dos últimos anos. Ou seja, com o valor de venda do produto final do avicultor de corte ou suinocultor ele consegue adquirir uma maior quantidade do insumo.


Para as aves de corte, a média do primeiro trimestre está 43,7%, 55,3%, 61,4% e 33,9% maior que as médias de igual período dos anos de 2023, 2022, 2021 e 2020, respectivamente.


Para a suinocultura, considerando o mesmo intervalo de tempo, a relação de troca só não é positiva quando comparado com 2020. Veja as figuras 1 e 2.


Figura 1.
Relação de troca: quilo de milho por quilo de frango vivo vendido, em São Paulo.

*mar/24: dados parciais – primeira quinzena
Fonte: Scot Consultoria


Figura 2.
Relação de troca: quilo de milho por quilo de suíno vivo vendido, em São Paulo.

*mar/24: dados parciais – primeira quinzena
Fonte: Scot Consultoria


Milho em queda 


Esperava-se menor produção na safra 2023/24 desde as primeiras estimativas da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), em função da perspectiva de menor área e redução na produtividade, que foi recorde em 2022/23, e impulsionou a produção de 131,9 milhões de toneladas.


A estimativa atual (mar/24) para 2023/24, para a safra de milho (1ª, 2ª e 3ª safras) é de 112,8 milhões de toneladas, retração frente às expectativas iniciais, que estimava produção de 119,4 milhões (out/23).


Apesar da menor produção, a partir de janeiro, com o início da colheita da safra de verão e a colheita da soja no Centro-Oeste adiantada em função do clima, que favoreceu o desenvolvimento das lavouras, a semeadura da segunda safra ocorreu, em sua maioria, na janela ideal (até meados de março), em praticamente todo o Brasil, os preços caíram.


A expectativa para os preços dos grãos ainda é incerta. Se o clima colaborar, a produtividade e a produção poderão ser maiores que as estimativas vigentes, cenário que pode pressionar os preços nos próximos meses.


Mas, se o clima impactar, com o atual recorte de menor produção, estoques menores e demanda firme, há a possibilidade de alta às cotações durante a colheita da segunda safra.


Consideração final


O custo do produtor não é somente feito de milho, mas é um bom parâmetro.


Esta relação entre os gastos com a compra do grão e o preço de venda demonstra que a margem das atividades está melhor neste primeiro trimestre de 2024.


Com isso, é possível que a produção continue crescente nos próximos meses, mas é necessário acompanhamento.