Desde meados de abril, as águas do Oceano Pacífico estão esfriando, tornando o fenômeno do El Niño menos intenso e favorecendo a fase de neutralidade. Entretanto, os efeitos na atmosfera ainda continuam, mesmo que no oceano não haja mais condições do fenômeno.
O período do El Niño entre 2023 e 2024 trouxe precipitações mais intensas para a região Sul do país, especialmente no Rio Grande do Sul, durante os meses de primavera (2023) e outono (2024), resultando em volumes acima da média e enchentes.
Segundo a Administração Oceânica e Atmosférica Nacional (NOAA, em inglês), a anomalia de temperatura da superfície do mar no Pacífico Equatorial Centro-Leste está em +0,2ºC.
Esse indicador é usado oficialmente para determinar a presença de El Niño ou La Niña que, atualmente, encontra-se na faixa de neutralidade. Entretanto, nas costas do Peru e do Equador, a temperatura do mar está 1,1ºC abaixo da média, evidenciando sinais claros da chegada da La Niña.
A probabilidade para o trimestre (jun-ago) é de 1,0% para El Niño e 39,0% para La Niña, figura 1.
Figura 1.
Probabilidades Oficiais de ENSO da NOAA CPC (emitidas em maio de 2024).
Fonte: NOAA
A próxima semana será ausente em precipitação, para grande parte do país, figura 2.
As exceções persistem em alguns pontos, especialmente no Rio Grande do Sul, onde as chuvas tendem a diminuir. Contudo, são esperados volumes de até 105mm na região central do estado e 55mm nas demais áreas do estado.
O litoral nordestino tende a apresentar menor volume de precipitação para a semana, atingindo o máximo de 55mm. Da mesma forma, o norte do Amazonas, Pará e Maranhão devem seguir como na última semana, com a expectativa de chover até 55mm para os próximos sete dias.
Na figura 3, é possível identificar as regiões dentro ou fora dos valores de referência: áreas com tons marrons indicam que esses estados receberão menos precipitação, áreas em branco estão dentro da referência para o período e as verdes estão acima do esperado para os próximos sete dias. Destaque para o Rio Grande do Sul, onde o volume esperado é 100mm acima da normalidade.
Figura 2.
Previsão de precipitação acumulada entre 31/5 e 6/6, em mm.
Fonte: NOAA
Figura 3.
Anomalia de precipitação entre 31/5 e 6/6, em mm.
Fonte: NOAA