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A primavera chegou e o calor segue intenso!

por Equipe Scot Consultoria
Sábado, 28 de setembro de 2024 -06h00


O final de setembro apresenta um repetido cenário climático de contrastes no Brasil. Com a chegada da primavera, o país experimenta temperaturas elevadas e chuvas irregulares, marcadas por uma onda de calor no Centro-Oeste e Norte, enquanto uma frente fria avança pelo Sul, trazendo chuvas intensas e um alívio temporário.


No Sul, a frente fria deve atingir o Rio Grande do Sul a partir do dia 24 de setembro, trazendo acumulados significativos de até 250mm em algumas áreas, como Pelotas e Bagé. Santa Catarina e Paraná também terão chuvas consideráveis, entre 40mm e 80mm, com possibilidade de temporais. A chegada dessa frente fria proporcionará uma queda nas temperaturas na região, com mínimas de até 5,0°C na Serra Catarinense e máximas que dificilmente ultrapassarão os 22,0°C, trazendo alívio após um período de temperaturas mais elevadas. Essa queda nas temperaturas pode favorecer o desenvolvimento das culturas de inverno, como o trigo, mas a atenção deve se voltar para possíveis geadas tardias nas áreas de maior altitude, que podem impactar a produção de pastagens e atrasar o início do plantio de culturas de verão, como o milho.


No Centro-Oeste, o calor será extremo, com temperaturas atingindo até 42,0°C, especialmente em Mato Grosso e Goiás. As condições de calor intenso e baixa umidade continuarão prejudicando o desenvolvimento das pastagens, tornando essencial o uso de suplementação alimentar para o gado. As chuvas serão escassas, com volumes abaixo de 15mm na maioria das áreas, dificultando ainda mais a recuperação das forrageiras. Somente o sul de Mato Grosso do Sul pode receber precipitações mais consistentes com a chegada da frente fria no final da semana, o que poderá proporcionar uma leve melhora nas condições das pastagens nessa região.


No Sudeste, as temperaturas também estarão acima da média, com máximas que podem ultrapassar os 35,0°C no norte de Minas Gerais e no interior de São Paulo. As chuvas serão irregulares, com acumulados entre 25mm e 60mm no sul de Minas Gerais e leste de São Paulo, o que poderá trazer algum alívio para as lavouras de café. As demais áreas, incluindo o norte de Minas e o Espírito Santo, terão volumes de chuva abaixo de 25mm e temperaturas que continuarão próximas ou acima dos 35,0°C, especialmente no Vale do Jequitinhonha e Norte Capixaba.


Na Região Norte, as chuvas estarão concentradas no extremo noroeste, especialmente em Roraima e no oeste do Amazonas, com volumes de até 125mm. No entanto, as temperaturas continuarão elevadas, com máximas de até 38,0°C em Tocantins e no sul do Pará, áreas que permanecerão com baixos acumulados de chuva, inferiores a 15mm. Essa situação prolonga o cenário de estresse hídrico nas pastagens e na vegetação, impactando diretamente a produção pecuária e a oferta de forragem. Mesmo nas áreas que receberão mais chuva, como o oeste do Amazonas, as temperaturas dificilmente cairão abaixo dos 30,0°C, mantendo o padrão quente e úmido típico da região, com pouco alívio para as atividades agropecuárias.


No Nordeste, a seca predomina, com pouca precipitação no interior e temperaturas que podem chegar a 40,0°C em áreas do Piauí e do Maranhão. Apenas as áreas costeiras devem registrar chuvas leves, com volumes de até 25mm, e as temperaturas continuarão elevadas, entre 32,0°C e 36,0°C. Essa combinação de calor e seca prolongada continua a impactar negativamente a produção de grãos, forçando os produtores a retardarem o plantio de culturas dependentes de chuva.


Para o início de outubro, as chuvas continuarão no Sul, com acumulados de até 300mm no Rio Grande do Sul, especialmente no extremo sul do estado, enquanto as temperaturas permanecerão mais amenas, variando entre 16,0°C e 22,0°C. O excesso de chuva poderá prejudicar o manejo das pastagens e aumentar o risco de doenças fúngicas nas lavouras de trigo. No entanto, o calor persistirá nas regiões Centro-Oeste e Norte, com máximas acima de 40,0°C em algumas áreas de Mato Grosso e no sul da Amazônia, dificultando o alívio para as atividades agrícolas.


Figura 1.
Mapa de precipitação acumulada em 24 horas (mm/dia) - modelo COSMO INMET (Válido até 1/10/2024).

Fonte: INMET


Figura 2.
Mapa de precipitação acumulada em 174 horas (mm) - modelo COSMO INMET (Válido até 30/9/2024)

Fonte: INMET


Figura 3.
Mapa de temperatura do ar a 2m (°C) - modelo COSMO INMET (Válido até 30/9/2024)

Fonte: INMET


INMET. Instituto Nacional de Meteorologia. Disponível em: http://www.inmet.gov.br/