Em 29 de novembro, encerrou-se a primeira etapa do Circuito Cria em Uberaba-MG, após dois meses de pesquisa-expedicionária em seis estados estratégicos para a pecuária de cria no Brasil.
Nessa etapa inicial, foram percorridos cerca de 15 mil quilômetros, com as rotas finais concentradas em Tocantins, Goiás e parte do Triângulo Mineiro.
Os próximos passos já estão definidos: em 2025, exploraremos o "berço da pecuária", e, em 2026, seguiremos "no rastro do bezerro".
Foto: Bela Magrela
A sexta semana de expedição começou na Fazenda Dona Nina, em Tocantins, onde foi possível acompanhar a semeadura da soja em área de Integração Lavoura- Pecuária (ILP) na propriedade. A fazenda adota o sistema (ILP), e trabalha com gado Puro de Origem (P.O.) e comercial. A estratégia de sistemas integrados é replicada em outras propriedades do estado, como as Fazendas Santa Maria e Boa Fortuna.
Em Araguaína, o Grupo Fioravante (Fazenda Santa Maria), é administrado pelas mulheres da família. A propriedade atua em ciclo completo - cria, recria e engorda - com um rebanho de bovinos anelorados. Destaca-se o manejo voltado ao bem-estar animal, em especial, o manejo na maternidade - com os cuidados dos bezerros.
Encerrando as visitas em Tocantins, chegamos à Fazenda Boa Fortuna, com foco em recria intensiva em áreas com pivô central e engorda, além de contar com a atividade de cria direcionada à reposição de animais destinados à terminação nas fazendas do grupo. Com foco na produção de “precocinhas”, a fazenda também adota o programa da “Cia. Melhoramento” para buscar padrões genéticos e produtivos. A propriedade utiliza biofertirrigação proveniente de um biodigestor no confinamento, mostrando como resíduos podem ser convertidos em soluções sustentáveis, agregando valor a produções.
Foto: Bela Magrela
Em Goiás, visitamos a fazenda Nova Piratininga, em São Miguel do Araguaia, que conta com 100 mil hectares de pastagens, sem considerar as áreas integradas que alternam soja, milho e capim dentro da mesma propriedade. Esse manejo melhora a qualidade do solo, a disponibilidade de massa forrageira e intensifica a produção.
Ainda em São Miguel do Araguaia, a expedição foi recebida na fazenda Canadá, casa do Nelore Santa Fé, participante do Programa de Melhoramento Genético de Zebuínos (PMGZ) e da ANCP (Associação Nacional de Criadores e Pesquisadores), grupo que já havia recebido a visita em sua propriedade no Pará. A fazenda, gerida pela terceira geração da família, trabalha com ciclo completo e, combina agricultura irrigada em sistema de pivô central e integração lavoura-pecuária.
Dentre as propriedades visitadas, na Nelore Paranã, foi observado a intensificação da reprodução, com o foco no manejo e produção das "precocinhas" - fêmeas aptas à reprodução a partir dos 12 meses de idade – além da condução de experimentos em busca da eficiência reprodutiva e produtiva na propriedade, como experimentos sobre a eficiência do benzoato de estradiol (BE) – exógeno – na indução da puberdade. A fazenda também desenvolve o projeto Three-Cross, cruzando matrizes F1 Angus/Nelore com touros Charolês. Além de áreas de integração lavoura pecuária e utilização de pivôs centrais.
Encerrando Goiás, duas fazendas do Grupo Nelore Nana foram visitadas, em Quirinópolis, destacando-se pela qualidade das pastagens, mesmo após um período de seca. Também participantes do programa PMGZ, o grupo conta com rebanhos de gado P.O. e comercial, com foco em raças Nelore e Angus, mostrando um equilíbrio entre produtividade e qualidade genética.
Foto: Bela Magrela
Em Santa Vitória, conhecemos a fazenda Arara Azul, da agropecuária Mafra, que se destaca pelo trabalho com gado P.O. e pela participação em programas de melhoramento genético, reforçando seu compromisso com a excelência genética. Esta foi a segunda visita a uma fazenda do grupo, a primeira ocorreu no Pará.
A última visita foi à Fazenda Novo Mundo, lar da linhagem Nelore Lemgruber, que há 150 anos se dedica ao melhoramento da raça Nelore. Com forte pressão de seleção, a fazenda prioriza animais rústicos e adaptáveis às diferentes regiões do Brasil, com ganhos em precocidade, longevidade, peso, e conformação de carcaça. O trabalho realizado na Nelore Lemgruber é um exemplo de eficiência e dedicação ao manejo reprodutivo e às características desejáveis da raça.
As visitas encerraram-se na quinta-feira, 29/11, conhecendo à central da Genex, parceira desta primeira etapa do projeto. Durante a visita, o destaque foi para o papel do melhoramento genético e seu impacto transformador no setor pecuário. A genética, especialmente de ponta, é um diferencial para alcançar os patamares de excelência esperados em toda a cadeia produtiva.
Durante a expedição, foram visitadas propriedades que exemplificam a integração de tecnologias reprodutivas, protocolos sanitários e estratégias nutricionais eficientes. Nessas fazendas, foram identificados gargalos na atividade de cria, mas também soluções potenciais que podem impactar positivamente o ciclo pecuário, promovendo maior produtividade e sustentabilidade no setor.
Foto: Bela Magrela
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