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Após 2024 com carne bovina ganhando espaço, 2025 deve ser de retomada da carne de frango e suína

por AviSite
09/01/2025 - 14:30

O ano de 2024 ficou marcado com preços em alta para a arroba do boi gordo, principalmente a partir do mês de setembro. Até então, a competitividade da carne bovina no atacado estava interessante perante as concorrentes. Mas este ano, de acordo com analistas consultados, o cenário deve mudar, já que os patamares de preços para a arroba bovina devem ficar mais elevados, com o início da mudança do ciclo pecuário, afetando diretamente o preço da proteína.

Segundo o analista de mercado da Scot Consultoria, Felipe Fabbri, no ano passado, “até meados de setembro a quantidade de carne de frango e de suíno comprada com o preço de um quilo de carne de dianteiro bovino foi menor, ou seja, para a indústria que desossa e vende os cortes sem osso ao varejo, o preço da carne bovina esteve atrativo”.

Tomando como referência o gráfico abaixo, elaborado por Fabbri, ele destaca que , em 2024, o preço do dianteiro esteve abaixo ou muito próximo à sua referência em 2023 (representado pela parte cinza no gráfico), enquanto os preços do frango e do suíno subiram. “Com isso, a relação de troca, ou seja, a quantidade de frango e suíno comprado com um quilo de dianteiro bovino, ficou menos atrativa do que em 2023, na maior parte dos meses, compensando ao atacadista comprar a carne bovina em relação à suína e a de frango”.

Preço médio do dianteiro avulso no mercado atacadista de carne com osso e a quantidade de quilos de carne de frango e de carne suína compradas com um quilo de dianteiro. Fonte: Scot Consultoria

César de Castro Alves, que é gerente da Consultoria Agro do Itaú BBA, corrobora a informação, explicando que a relação de troca no início de 2024 era de 1,7 kg de frango e comprava 1 kg de dianteiro bovino. A média histórica, segundo César, era 2,5, e isso seguiu até agosto. “Em setembro começou a subir a arroba do boi e a carne, chegando a 2,6 kg de frango para comprar 1 kg de dianteiro. Em dezembro foi 2,38 kg de frango para 1 kg de carne bovina, e aí começamos janeiro com uma relação de 2,26 kg frango e 1 kg de dianteiro bovino”, disse.

César de Castro Alves, que é gerente da Consultoria Agro do Itaú BBA, corrobora a informação, explicando que a relação de troca no início de 2024 era de 1,7 kg de frango e comprava 1 kg de dianteiro bovino. A média histórica, segundo César, era 2,5, e isso seguiu até agosto. “Em setembro começou a subir a arroba do boi e a carne, chegando a 2,6 kg de frango para comprar 1 kg de dianteiro. Em dezembro foi 2,38 kg de frango para 1 kg de carne bovina, e aí começamos janeiro com uma relação de 2,26 kg frango e 1 kg de dianteiro bovino”, disse.

Fabbri adiciona a este cenário o contexto econômico no país, como o aumento da renda per capita e redução do desemprego no Brasil diminuiu, o que aumentou a possibilidade do brasileiro comprar mais carne bovina, bem como outras proteínas também.

Rendimento médio mensal, na cor laranja, e quilos de carne bovina possíveis de serem adquiridos, em azul. Fonte: Scot Consultoria

Perspectivas para 2025

Com o início da inversão do ciclo pecuário, Allan Maia, analista da Safras & Mercado, destaca que, como houve muito abate de matrizes nos últimos dois anos, a tendência é de preços firmes para 2025 para a arroba do boi gordo e para os cortes no atacado e, consequentemente, no varejo também.

“Para o ano que vem, com a possibilidade de preços maiores para a carne bovina e incertezas quanto ao dinamismo da economia brasileira, acredito que essa relação vai pressionar o mercado de carne bovina e levar a um êxodo de consumo para frango e suíno”, disse.

“Para a carne de frango, ela veio bastante competitiva ao longo de 2024 e deve seguir competitiva ao longo de 2025 frente às demais proteínas. A carne suína deve ter mais um ano de recorde na produção, com disponibilidade interna crescendo, mas nada exagerado. No caso da demanda para a carne suína, o ritmo mais forte começa em maio, já que o início do ano, com a população com menor poder aquisitivo e com as temperaturas mais elevadas, acabam deixando a demanda mais arrefecida”, pontuou.

Sobre a carne bovina, César de Castro Alves afirma que “a tendência para o ano de 2025 é de que a relação de troca com as demais proteínas tenha mais chances de ficar acima da média histórica mais do que para baixo. É razoável supor que a carne bovina não volte aos patamares de agosto de 2024”, disse.

Felipe Fabbri enxerga o ano de 2025 como sendo mais desafiador para a carne bovina. Ele aponta que, do lado da oferta de boiadas, espera redução nos abates, e consequentemente na produção de carne bovina também. “Há a expectativa de aumento na demanda externa – ou seja, novo recorde de exportação – com uma produção de carne bovina menor e, provavelmente, preços maiores ao consumidor brasileiro”.

Por outro lado, conforme explica Fabbri, frango e suínos possuem um cenário de expectativas de aumento das suas produções para o ano que começa, ou seja, deve aumentar a oferta dessas proteínas e, consequentemente, pouco espaço para altas expressivas em seus preços ao longo do ano.

“O resumo para mim seria um mercado com maior competitividade do frango e suíno frente à carne bovina, após um 2024 onde a carne bovina ganhou espaço”, finalizou Fabbri.

Matéria originalmente publicada em: Após 2024 com carne bovina ganhando espaço, 2025 deve ser de retomada da carne de frango e suína