Trump anunciou nesta quarta-feira suas tarifas retaliatórias contra vários países. As tarifas não vieram totalmente retaliatórias, mas em percentuais menores do que os outros países cobram dos EUA. Por exemplo, a China aplica uma média de 67,0% de tarifas contra os produtos norte-americanos, e Trump anunciou tarifas contra produtos chineses de 34,0%.
Para o Brasil, aplicamos 10,0% contra eles e Trump anunciou tarifas de 10,0%. Agora, não sabemos se essas tarifas serão adicionadas às tarifas já existentes, se produtos com tarifas menores do que 10,0% serão elevados ao patamar de 10,0% ou se esses 10,0% serão incidentes sobre a tarifa existente.
Pensando no nosso agronegócio, o que poderá ser afetado são as carnes, principalmente a carne bovina. Já enfrentamos uma tarifa de aproximadamente 27,0% para exportar carne bovina aos norte-americanos (isso para carne exportada fora da alíquota, pois quando está dentro da alíquota é de aproximadamente 4,0%).
Como mencionamos, essa tarifa poderá ser elevada para 37,0% ou 29,7 (10% de 27) ou ainda não será afetada, pois já está acima de 10%.
Para saber o impacto temos que saber a relação do preço do que já está sendo exportado para o que vai ser a partir do momento da tarifa (hoje a arroba do boi gordo do Brasil é negociada em aproximadamente US$50,0 e a dos EUA em US$100,0 e ainda assim a diferença entre elas seria absorvida e compensaria fazer a exportação da carne brasileira). Talvez com os 37,0% a margem seja mais estreita e acabe não compensando.
Dependendo das tarifas dos países vizinhos, um volume de exportação maior do Brasil para esses vizinhos pode acontecer, para posterior repasse aos EUA.
É isso, vamos ver o que acontecerá.