A gripe aviária vem assombrando a produção comercial de aves em vários países. Ronda os países asiáticos, com vítimas humanas fatais, indianos, africanos e agora os europeus.
O vírus causador da gripe aviária é altamente transmissível, e o principal problema é o controle das aves migratórias, maior fator de disseminação.
Na União Européia, o consumo de carne de aves diminuiu desde que foram registrados casos em aves silvestres, e a população, se tem como escolher, vem preferindo outras carnes às de aves (frango ou peru, por exemplo). Em parte, é um fator extremista, pois o vírus somente foi encontrado em aves silvestres e as medidas emergenciais já estão sendo tomadas. Por outro lado, os pesquisadores ainda estudam a capacidade de mutação do vírus e sua possível contaminação entre humanos, o que causaria uma pandemia, deixando em alerta a saúde mundial, uma vez que a doença pode levar à morte.
A diminuição do consumo de carne de aves na UE pode ser um problema para os países do Bloco, mas deve favorecer o comércio internacional de carnes brasileiras.
O UE é ainda um grande importador de carne bovina, sendo o Brasil um dos principais fornecedores. Com o possível aumento do consumo europeu dessa carne, as exportações brasileiras poderiam ser favorecidas.
Além da carne bovina, o Brasil também poderia ser facilitado no comércio de carne suína, considerando que a UE é o maior exportador dessa carne e, falando de maneira geral, o aumento do consumo interno poderia diminuir o volume disponível a ser exportado, deixando mercados em potencial para o Brasil.
Porém outros pontos devem ser levantados. A disseminação da gripe aviária no mundo pode fazer com que a população ao redor do globo, com medo das conseqüências da sua ingestão (maneira similar com que aconteceu com a vaca louca na União Européia) mude os hábitos e passe a consumir outros tipos de proteína e, nesse caso, o Brasil, grande produtor e exportador de carne de frango, seria prejudicado. Ruim para todos, pior para alguns. (MGT)