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Encontro de Confinamento da Scot Consultoria entrevista Fabiano Tito Rosa

por Equipe Scot Consultoria
Segunda-feira, 23 de janeiro de 2012 -09h30
Nos dias 14 e 15 de março de 2012 acontecerá o Encontro de Confinamento da Scot Consultoria, em Ribeirão Preto- SP.

O encontro é uma referência de mercado e vem sendo realizado há vários anos, concentrando profissionais de toda a cadeia pecuária.

O evento reunirá os principais agentes-chave da pecuária brasileira para expor, de forma clara e objetiva, as tendências de mercado: dietas em voga, principais ferramentas de proteção de preço, gerenciamento de riscos, logística e competitividade no confinamento.

Mais informações em http://www.scotconsultoria.com.br/encontroconfinamento/

Um dos palestrantes será o zootecnista Fabiano Tito Rosa, pesquisador líder do mercado de boi do Grupo Minerva. Para saber um pouco sobre o que será abordado na apresentação do Fabiano, leia a entrevista que ele concedeu à Pamela Alves, analista júnior da Scot Consultoria.



Entrevista Fabiano Tito Rosa

Scot Consultoria: Baseado no comportamento do boi gordo nos últimos anos, pode haver uma inversão de ciclo em 2012?

Fabiano Tito Rosa: Sim, 2012 pode ser o início da fase de baixa do ciclo pecuário, ou seja, de aumento de oferta e queda de preços. Os números do IBGE e das campanhas de vacinação contra febre aftosa indicam que a retenção de fêmeas cumpriu seu papel, fazendo o rebanho brasileiro voltar a crescer. Os bezerros produzidos nos últimos anos começam, em 2012, a chegar à idade de abate. Além do mais, com preços de bezerros estáveis e custos de produção em alta, a margem da cria vem recuando e não mais incentiva a expansão da atividade, podendo dar início ao descarte de matrizes. Tudo “dentro do combinado”; é o ciclo pecuário.


Scot Consultoria: Como foi a preparação da indústria para a entressafra do boi em 2011? Confinaram mais?

Fabiano Tito Rosa: Alguns frigoríficos ampliaram o volume de animais confinados em mais de 100%. No caso do boi a termo, investimos no fomento do “seguro de preço” ou “boi a termo preço mínimo”, já que em 2010 parte dos pecuaristas que fizeram o termo convencional, fixando preços, acabaram não ficando satisfeitos. A ideia de se garantir um preço mínimo, podendo ganhar a alta caso o mercado venha a subir, agradou nossos fornecedores e conseguimos trabalhar, em 2011, praticamente com o mesmo volume de gado a termo de 2010.


Scot Consultoria: Qual a principal ferramenta de negociação utilizada pelos frigoríficos?

Fabiano Tito Rosa: A compra de gado no Brasil ainda é, majoritariamente, realizada no mercado spot. Existe até uma boa parcela atrelada a contratos a termo, mas ela se concentra no segundo semestre e nos estados de GO, SP e um pouco de MG. Isso porque é principalmente o confinador - que sabe o custo, que tem a programação de venda e uma exposição maior a risco -, quem normalmente procura fazer o hedge.


Scot Consultoria: Como a cadeia da carne tem se preparado para enfrentar as pressões econômicas?

Fabiano Tito Rosa: No Minerva temos mantido o foco em gestão. Buscamos manter um caixa confortável e um perfil de dívida adequado, além de reduzir a alavancagem. No dia a dia, nosso objetivo é antecipar os movimentos de preço, a fim de manter a nossa posição Long & Short alinhada às expectativas de mercado e também aproveitar as oportunidades de arbitragem.


Scot Consultoria: Os grandes frigoríficos investem em remuneração ao produtor por qualidade?

Fabiano Tito Rosa: Essa questão é relativamente polêmica. Principalmente porque qualidade é algo subjetivo, ou seja, os mercados têm diferentes exigências. Além do mais, a atratividade de cada mercado varia ao longo do ano em função de vários fatores, fazendo com que seja necessário, para um bom resultado, ter flexibilidade para alteração da carteira de venda. Sendo assim, avaliamos que é muito difícil determinar qual é o boi ideal, ou seja, aquele que poderia ser premiado.