Desequilíbrio
Preocupações de que a demanda por açúcar possa ultrapassar a oferta fizeram as cotações do produto subir na bolsa de Nova York na sexta-feira. Papéis para maio fecharam a 23,97 centavos de dólar por libra-peso, alta de 93 pontos. Segundo a Bloomberg, foi o maior preço em quase oito meses na bolsa americana. A preocupação se baseia no efeito do clima adverso sobre os canaviais do Brasil. O país vai colher 3,2% menos cana-de-açúcar que o previsto no atual ano-safra, que começou em 1º de maio, segundo dados do Departamento de Agricultura dos EUA. Somente os americanos vão demandar 115 mil toneladas de açúcar a mais nesta temporada. No mercado interno, o indicador Cepea/Esalq para a saca de 50 quilos do açúcar cristal fechou em R$ 71,42, alta de 1,71%.
Produção menor
Os futuros de café subiram na sexta-feira na bolsa de Nova York, invertendo o movimento de queda dos dois pregões anteriores. Os contratos com vencimento em março do ano que vem fecharam em US$ 1,8385 por libra-peso, alta de 855 pontos. O movimento foi influenciado por previsões de que a produção esperada de café arábica do Brasil pode cair pelo menos 20% em 2011 comparada com a deste ano, segundo informou a Dow Jones, citando Lucio Araújo Dias, administrador comercial da maior cooperativa brasileira de café, a Cooxupé. O cenário, segundo Dias, tende a ocorrer, mesmo com as recentes chuvas nas regiões de produção do país. No mercado interno, o indicador Cepea/Esalq para o arábica fechou em alta de 2,1% em R$ 315,93.
Exportações aquecidas
Os futuros de cacau tiveram na sexta-feira a maior alta da semana em Nova York. Os papéis com vencimento em maio encerraram o pregão a US$ 2.834 a tonelada, alta de US$ 64. Uma das notícias que ajudaram a impulsionar as cotações foi o aquecimento das vendas da Costa do Marfim, o maior produtor mundial de ingredientes para chocolates. As exportações da amêndoa do país africano quase triplicaram em agosto, em comparação com o ano anterior, segundo dados dos portos de Abidjan e de San Pedro, citados pela agência Bloomberg. Os embarques subiram para 36.596 toneladas no mês ante 12.811 toneladas de igual período do ano anterior. Em Ilhéus e Itabuna, a arroba da amêndoa fechou estável em R$ 76, segundo o Central Nacional de Produtores de Cacau.
Demanda em alta
A previsão de aumento na demanda global de algodão, divulgada pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), fez com que os contratos futuros da commodity disparassem na sexta-feira na bolsa de Nova York. Os papéis para março fecharam em forte valorização de 338 pontos em 104,74 centavos de dólar por libra-peso. De acordo com dados do USDA informados pela Bloomberg, a demanda global de algodão irá crescer para 120,8 milhões de fardos no ano fiscal que começou em 1º de agosto, alta de 0,2% em relação à estimativa do mês anterior. A produção mundial da pluma será de 116,7 milhões de fardos, menor que a previsão de setembro, de 117 milhões. No mercado interno, a arroba fechou em R$ 70,10 em Campo Verde (MT), segundo o Imea/Famato.
Fonte: Valor Econômico. 11 de outubro de 2010.