O movimento Grito do Ipiranga, que busca resposta do Governo à crise enfrentada pelo campo, iniciou ontem o fechamento das entradas do Indea/MT (Instituto Nacional de Defesa Agropecuária de Mato Grosso), impossibilitando o correto funcionamento do órgão.
Com isso, muitos frigoríficos não conseguiram obter as GTAs (Guia de Transporte Animal), imprescindível para transportar os animais da propriedade para o abatedouro.
Estima-se que sejam abatidas 18 mil cabeças por dia no Mato Grosso. Ontem, 17 de maio, o volume abatido caiu para 14,4 mil, e existe a possibilidade de redução para metade dos abates hoje (9 mil), caso a situação não volte ao normal.
Com o menor abate, existirá menos carne para abastecer os centros consumidores. A menor oferta de carne pode resultar em elevação nos preços no varejo.
As exportações também podem ser prejudicadas. Das 33 indústrias mato-grossenses com inspeção federal, 27 possuem habilitação para exportar. A falta de bois para abate pode resultar em perda de faturamento na venda para o mercado externo.
Outros Estados, que não estejam sofrendo tanto com os protestos, podem se beneficiar da maior demanda por carne no mercado interno e da menor disponibilidade de carne para exportação. (LMA)