É maio, mês do vale de safra. O mercado está frouxo. Em São Paulo, as ordens de compra, para o boi gordo, oscilam entre R$49,00/@, livre de funrural, e R$49,00/@, para descontar o imposto. Ambas para pagamento a prazo.
No entanto, um grande frigorífico já força R$48,00/@, a prazo, para descontar o funrural. Na verdade, se trata de uma manobra para “forçar” o preenchimento das escalas com animais do Mato Grosso do Sul. Em todo caso, fica a pergunta, será que o boi cai para baixo de R$49,00/@?
Esse é um forte patamar de resistência. Este ano já tentaram rompê-lo ao final de janeiro, mas sem sucesso. Ao menos naquela época, não se comprou nada a R$48,00/@. Mesmo em R$49,00/@, poucos negócios foram fechados, e o boi voltou rapidamente para R$50,00/@.
No entanto, hoje, a estiagem e o frio limitam a margem de manobra do produtor. O ponto a favor é que a cotação da arroba já está exageradamente baixa, o que pode criar uma “barreira psicológica” a novos recuos.
De toda forma, se o boi tiver que romper o piso dos R$49,00/@, deve ser agora, no final da safra. Ainda mais se a desova de animais terminados se intensificar após o encerramento das manifestões relacionadas ao Grito do Ipiranga, que indiretamente têm dificultado a circulação de animais no Centro-Oeste. Uma parcela do gado pode ter ficado represada, e existe a chance de ser despejada no mercado de uma única vez.
Vale ressaltar que a queda de embargos a São Paulo pode ajudar a firmar o mercado. Começou por Israel. (FTR)