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Scot Consultoria

Pecuária sustentável


Sexta-feira, 26 de março de 2010 - 16h38

O agronegócio tem o compromisso de preservar os recursos naturais visando à qualidade de vida das próximas gerações. Produzir de forma sustentável é a única maneira que o produtor tem de perpetuar o seu negócio, além de se posicionar de maneira estratégica para ganhar cada dia mais o exigente mercado. Da mesma forma, a sociedade precisa ter consciência da importância do agronegócio, que lhe garante segurança alimentar a um custo baixo e ainda traz divisas econômicas para o país. Cada vez mais a utilização de um sistema de gestão socioambiental valoriza e agrega valor a produção. Por acreditar nesse preceito de sustentabilidade do agronegócio, iniciei em 1995 um trabalho voluntário na Associação Rondonopolitana de Proteção Ambiental (ARPA), em Mato Grosso. Como representante dessa ONG no Conselho Estadual de Meio Ambiente, ampliei meus horizontes sobre as questões ambientais ligadas aos biomas Amazônico, Cerrado e Pantanal. Existe um a visão errônea de que todos os produtores que estão no bioma Amazônico o estão destruindo, mas isso não é verdade. Muitos produtores construíram grandes projetos, que ajudam os mais de 20 milhões de habitantes da região, considerando que as pessoas fazem parte do meio ambiente. O fato é que não tivemos governança nesta ocupação. O governo, além de não orientar, sempre estimulou a ocupação, como no caso do INCRA, que tem dado prioridade para assentamentos nesta região. Felizmente, tudo isso está mudando, temos vários exemplos positivos de governos estaduais que estão estabelecendo processos que podem ajudar os produtores. O mais importante será a implantação do zoneamento econômico e socioambiental na região o mais rápido possível. Como zootecnista e produtor rural, defendo a melhoria contínua nos sistemas de gestão de uma propriedade agropecuária, sendo a verticalização da produção fundamental para que isso aconteça. Logicamente, temos de respeitar os objetivos e as prioridades de cada produtor. Conservação do solo e recuperação das pastagens são fundamentais para melhorarmos os índices de produtividade na pecuária, sem esquecermos da genética neste processo de melhoria contínua. E, aí, o Brasil está também muito bem posicionado, pois temos uma das melhores bases genéticas do mundo. Agora, o setor produtivo necessita de linhas especiais de financiamento para melhorar as pastagens e adquirir material genético de alta qualidade. A questão do uso do solo será um tema cada dia mais importante. Não tenho dúvidas de que a pecuária necessita desta verticalização ou perderá cada dia mais espaço para outras culturas. Recentemente a pecuária brasileira teve um significativo avanço, com o estabelecimento de pactos ambientais entre frigoríficos e ONGs. Nessa importante aproximação construiremos conhecimento, respeito e principalmente o bom diálogo. A presença do produtor será sempre muito importante em qualquer processo desta cadeia. O diálogo tem evoluído muito, principalmente através do Grupo de Trabalho da Pecuária Sustentável. Neste grupo, temos representantes dos produtores, indústrias frigoríficas, varejo, bancos e ONGs. O mundo consumidor, além do mercado financeiro, cada dia mais vai exigir informações sobre questões socioambientais. Com o crescimento populacional as estimativas são de que a produção agrícola duplicará até 2050. Com essa preocupação, o Instituto para o Agronegócio Responsável (ARES), uma organização neutra, sem fins lucrativos, convocou um grupo de colaboradores para desenvolver uma ferramenta para análise de indicadores de água, conservação do solo, emissões atmosféricas, questões sociais, tudo isso dentro da propriedade agropecuária. Sendo assim, podemos mostrar o quanto o nosso sistema produtivo é sustentável ou como está evoluindo para ser. Tanto individualmente como regionalmente, esta ferramenta ajudará na elaboração de relatórios para o momento de venda e na tomada de recursos. Os maiores desafios enfrentados pelo agronegócio nos próximos anos serão logística, câmbio, verticalização dos processos na pecuária, e definitivamente estar presente em todos os fóruns de discussão socioambientais e ter um posicionamento maduro e inteligente frente às demandas feitas pelo mercado consumidor, tanto interno como externo. Fonte: Conselho Nacional da Pecuária de Corte (CNPC)
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