Chego concluso de que o
hobby nacional transmitir notcia ruim a partir do imenso nmero de fruns, simpsios e palestras que se realizam nestes ltimos tempos. Somente neste ms j fui a quatro desses eventos, recheados de empresrios, jornalistas e ambientalistas, ou os ecochatos, daqui em diante denominados de biodesagradveis, em que s se fala nas misrias futuras que a humanidade vai sofrer com o "aquecimento do planeta", com as "mudanas climticas", os "eventos extremos", a "falta de gua", a biodiversidade etc., etc. E tomem-se sugestes hilariantes e assustadoras para mitigar as previses ruins, todas com ampla repercusso na mdia. A mdia, antes de tudo, gosta de notcia ruim. Os organizadores desses fruns, sedentos por estar na mdia, fornecem contedo e a mdia sai satisfeita, os reprteres anotam tudo para reportar a seus leitores e telespectadores. Todo mundo fica feliz com as desgraas do que se promete a pela frente, afora as sugestes de legislao que so feitas dentro do alto pragmatismo de rtulos que j andam desgastados como "ameaas e oportunidades" para que se conquiste a paradisaca sustentabilidade.
Semana passada estive no evento do Instituto Biolgico, na Secretaria da Agricultura de So Paulo, para assistir a palestra do amigo Evaristo de Miranda, agrnomo da Embrapa Monitoramento por Satlite, de Campinas, SP. Ele prova com estatsticas e de forma cientfica aos assistentes que o CO
2 no o criminoso que os ambientalistas apregoam pelos quatro ventos, muito menos o culpado pelo aquecimento. Nossa nica e fundamental diferena que Evaristo afirma acreditar no aquecimento planetrio, enquanto eu acho que um
porco-boi que plantaram em nossa sala de visitas, conforme artigos j publicados no meu blog pessoal (ver relao abaixo) e pela blogosfera, em que aponto as causas e os interessados nesta mentira bem elaborada que tomou conta da nossa vida desde 2007 quando o IPCC anunciou o "incio do fim do mundo".
Parece no haver capacidade de autocrtica no ser humano moderno, nas cincias e na mdia, pois esto todos incapazes de estabelecer um debate contraditrio a essa avalanche.
No dia seguinte fui ao evento da Syngenta, no Hotel Transamrica, chamado de Frum da Biodiversidade, com presena da ministra do Meio Ambiente, Isabella Teixeira, por sinal, uma personalidade interessante, notvel, culta, inteligente, e que recomenda o dilogo dos parceiros biodesagradveis com a sociedade ao invs do lema
proibir-proibir, a comear pelo Cdigo Florestal, que periga ser aprovado a jato pelo Congresso ainda este ano se os verdes dormirem no ponto.
O evento foi aberto por Antnio Carlos Guimares, presidente da Syngenta LATAM, que enfatizou a importncia da produo de alimentos diante do crescimento demogrfico, e mostrou que a empresa est aberta ao debate com os ambientalistas ao realizar o Frum da Biodiversidade.
Neste evento da Syngenta assisti palestra do advogado americano Jonathan Lash, Presidente do World Resources Institute WRI, de Washington, que um poderoso
lobbysta junto ao Congresso americano para defesa de causas ambientais, e que admite o fracasso da maioria das causas abraadas, pois os congressistas, definitivamente, no acreditam nessa desgraceira de aquecimento.
Na entrevista coletiva a jornalistas, aps a palestra, perguntei a Jonathan Lash como os americanos poderiam encarar a aplicao de um Cdigo Florestal como o brasileiro se fosse direcionado aos produtores rurais americanos. Primeiro, ele deslizou inteligentemente da pergunta-pegadinha, depois que expliquei o ponto crtico, ou seja, tornar 20% da rea como uma APP, afora as reas de Reserva Ambiental em margens de rios e mananciais de gua. Ele reconheceu que se isso ocorresse nos EUA haveria no mnimo queda de governo e de todo o Congresso, pois seria considerado "confisco de terras", o que ilegtimo pela Constituio dos EUA, explicitado na 5 emenda. Mesmo que o confisco fosse recompensado financeiramente. Expliquei que aqui se fala eufemisticamente em pagamento por servios ambientais prestados.
Ainda nos debates da parte da manh questionei a ministra Isabella sobre as razes de os biodesagradveis, como ela mesma reconhece e os chama, de nunca abordarem como causa, na discusso da biodiversidade e da sonhada sustentabilidade, o explosivo crescimento demogrfico no planeta, como se a humanidade no fosse o principal objetivo de todas essas aes miditicas e dos mirabolantes projetos legislativos.
Dentre outros aspectos que sugeri o principal estaria a produo de alimentos, fato que os ecologistas pretenderiam consolidar com suas intenes legislatrias de proibies e limitaes s atividades produtivas. A ministra Isabella reconheceu que s o dilogo colocar o ser humano no centro desse debate, at porque, diz ela, tem a certeza de que, seja o que venha a acontecer no futuro, a mdio e longo prazo, a humanidade pode at desaparecer, mas o planeta ir continuar vivo.
Fui almoar com a certeza de que a ex-ministra Marina Silva, e pior ainda, o depois ministro Carlos Minc, usurparam um cargo de direito e de mrito que deveria ter sido de Isabella Teixeira, desde 2003. Teria ocorrido dilogo, pelo menos esse o discurso quando ela chama de burra a atitude de crticas dos ambientalistas, e ao mesmo tempo das posies radicais e empedernidas contra o agronegcio.
Nesta quinta-feira fui ao 19 Frum da ABAG, desta feita no Maksoud Hotel, para ouvir sobre Eventos Extremos. Um dos palestrantes, o americano Harold Doley III, Diretor e co-fundador do Lugano Group Incorporated (EUA), discorreu sobre o furaco Katrina, que devastou New Orleans (EUA), em agosto de 2005. Ao relatar essa experincia e os planos de capacidade adaptativa, montados para recuperar a cidade, admitiu com a tpica objetividade americana que o Katrina foi um furaco igual a muitos outros, e de que os terrveis danos causados a New Orleans somente aconteceram pela imprevidncia humana, em especial dos governos do estado e federal. No apenas imprevidncia, ele acentuou, mas incompetncia em todos os sentidos. Isto porque, New Orleans uma cidade situada em terreno abaixo do nvel do mar, como tambm o caso da Holanda, e igualmente protegida por diques de segurana para impedir a invaso das guas do mar. Diante da violncia do furaco, que nem chegou a atingir a cidade propriamente dita, os diques de proteo se romperam e foi isto que inundou mais de 80% da cidade em poucos minutos. Portanto, a palestra do Eventos Extremos da ABAG, acabou sendo desmentida pelo palestrante internacional.
Na sequncia houve a palestra de Sergio Trindade, engenheiro qumico brasileiro que fez parte do IPCC, entidade que recebeu (na minha opinio injustamente) o Prmio Nobel da Paz em 2007. Trindade repetiu os mesmos equvocos que o IPCC dizia at o ano passado, falou de aquecimento, que o nvel do mar vai subir de forma assustadora, exibindo num "aterrorizante" (para ele)
power point mapas hipotticos com as regies que seriam invadidas pelo mar se os nveis de gua subirem metro, 1 ou 2 metros.
Mostrou ainda grficos cientificamente abobalizantes, sem os devidos crditos, sendo que o pior deles mostrava, no que consigo recordar, a evoluo das emisses anuais de CO
2 de 2000 at 2010, iniciando com 50 bilhes de toneladas e terminando com 150 bilhes. Na sequncia da palestra fui o nico da plateia a fazer perguntas questionando a incorreta informao, pois, de um lado, impossvel calcular o total das emisses anuais de CO
2 no planeta, mas h clculos estimativos aceitos de que seriam de 200 bilhes, com um vis de 20% para mais ou para menos. Os 150 bilhes apresentados por Srgio Trindade, para hoje em dia, nesse sentido, estariam OK, mas os 50 bilhes do ano 2000 uma mentira deslavada e proposital de quem construiu esse nmero, pois haveria uma evoluo nas emisses de 300% em 10 anos! Na verdade o volume de CO
2 na atmosfera evoluiu 30% em 200 anos, no esquecendo que isso envolve o incio da era industrial.
Na minha pergunta afirmei ainda, conforme dados cientficos disponveis, que as emisses de causa antropognica confirmadas seriam de apenas 3%, enquanto que 97% tm a natureza (mar, vulces, florestas, solos degradados) como responsvel. Trindade desconversou, reafirmou que os nmeros so os registrados e apresentados pelo IPCC e assim terminou o debate no Frum.
Lamentavelmente o sistema de debates nos Fruns da ABAG no permite que a plateia faa pergunta via microfone, mas to somente por escrito. Ficou claro, para mim, que alguns dirigentes da ABAG no gostam do debate, preferem o discurso nico.
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