As pastagens predominam em 62% das áreas desflorestadas no estado do Pará (o mesmo percentual da Amazônia). As áreas de floresta do estado estão em torno de 888 mil quilômetros quadrados, correspondendo a cerca de 70% da área total. Do total de áreas mapeadas como mineração na Amazônia, quase a metade delas encontra-se no Pará. No Amazonas, está a maior área, proporcional e em número absolutos, de floresta amazônica.
Estes dados inéditos sobre o uso e cobertura da terra nas áreas desflorestadas da Amazônia Legal constam do projeto TerraClass Amazônia, da Embrapa Amazônia Oriental e Embrapa Informática Agropecuária (Campinas, SP), em conjunto com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais – Centro Regional da Amazônia/Inpe. Os resultados do projeto, referentes ao ano de 2008, foram apresentados, ontem de manhã, no auditório do Inpe Amazônia.
O TerraClass “é uma página virada em toda a história do monitoramento da ocupação da Amazônia”, afirmou o chefe da Embrapa Amazônia Oriental, Cláudio Carvalho. Ele disse que, com a qualificação, acaba o ”maniqueísmo” dos dados do Prodes/Inpe (Monitoramento da Floresta Amazônica Brasileira por Satélite), que mostra somente o que foi desmatado ou não.
A qualificação dos dados mostra que, dos 719 mil km² de áreas desflorestadas na Amazônia até 2008, a cobertura de maior abrangência está associada às áreas de pastagem, totalizando aproximadamente 447 mil m², distribuídos em 335 mil m² de pasto limpo, 63 mil m² de pasto sujo e 48 mil km² de regeneração com pasto, além de 594 km² de pasto com solo exposto. As áreas de agricultura anual totalizaram 35 mil km² e as áreas de vegetação secundária totalizaram 151 mil km².
Estes dados dão uma ideia de como o desmatamento está sendo feito e permitem “planejar e orientar as políticas públicas de ocupação da Amazônia”, destaca Carvalho. Isto, segundo ele, deve resultar em um aumento da produtividade, melhoramento genético e melhor manejo do solo.
Os dados são públicos e ficarão à disposição de qualquer pessoa nos sites da Embrapa e do Inpe, com números e mapas digitais detalhados, permitindo a avaliação do uso da terra em nível regional, estadual e municipal.
Fonte: Diário do Pará. Pela Redação. 14 de novembro de 2011.