Em junho deste ano, o objetivo do Programa Agricultura de Baixa Emissão de Carbono (ABC) foi cumprido. Os empréstimos feitos desde junho de 2011 até o período chegaram a R$1,5 bilhão. O número superou em 76,47% a meta prevista pelo governo Federal. Por isso, a projeção para a próxima safra é ambiciosa: fazer os financiamentos de práticas sustentáveis chegarem a R$2 bilhões.
Segundo nota divulgada quinta-feira (4/10) pelo Ministério da Agricultura, os dois primeiros meses da nova safra já apresentaram resultados expressivos. Do crédito rural destinado ao programa, foram liberados R$398,8 milhões em julho e agosto. O número é equivalente a 11,7% dos R$3,4 bilhões disponibilizados pelo Plano Agrícola e Pecuário 2012/2013. Já o volume é 357% superior ao contratado nos mesmos meses de 2011, de R$87,3 milhões.
Na safra 2011/2012, foram firmados mais de cinco mil contratos em todo o país. Só São Paulo recebeu R$314,2 milhões e foi o estado com o maior valor liberado. Em seguida na lista, está Minas Gerais, com R$256 milhões. Depois, Paraná (R$188,9 milhões), Goiás (R$172,9 milhões) e Rio Grande do Sul (R$168,2 milhões).
O Ministério e a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) aguardam as informações sobre as propriedades que obtiveram empréstimos para divulgar os primeiros dados. "Quanto mais conhecido se torna o programa, maiores serão nossas intenções futuras. Queremos que toda a verba disponível seja utilizada, mas é necessário que o produtor seja orientado sobre como apresentar os projetos para as instituições financeiras", disse o ministro da pasta, Mendes Ribeiro Filho.
Para ele, esse conhecimento é necessário uma vez que o maior problema para a aprovação de empréstimos pelos bancos é a falta de conhecimento técnico para a elaboração das propostas. Para solucionar essa questão, uma das estratégias do Mapa é incentivar as unidades da Federação a criarem grupos gestores. Além da elaboração dos planos estaduais de agricultura de baixa emissão de carbono, esses grupos orientariam também o acesso ao crédito a partir da elaboração dos projetos. A proposta do Ministério é diminuir a emissão de gases de efeito estufa. Esse compromisso foi firmado pelo governo do país durante a conferência da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre mudanças climáticas, em 2009. O projeto envolve outras pastas, como o Ministério do Meio Ambiente e o do Desenvolvimento Agrário.
Desde julho de 2011, as práticas financiadas são voltadas para a recuperação de pastagens degradadas, integração Lavoura-Pecuária-Floresta, sistema de plantio direto, fixação biológica de nitrogênio, plantio de florestas e tratamento de dejetos animais. Todas essas mudanças são reconhecidas pela comunidade científica internacional como eficazes para a mitigação de gases de efeito estufa.
Fonte: Globo Rural. Pela Redação. 4 de outubro de 2012.
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