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Tecnologia na pecuária evita desmatamento de 16,8 milhões de hectares no Mato Grosso


Segunda-feira, 17 de dezembro de 2012 - 14h48

O aumento da produtividade da pecuária do Mato Grosso entre 1996 e 2011 evitou o desmatamento de 16,891 milhões de hectares, área equivalente ao Estado do Acre ou à soma dos territórios da Grécia e da Suíça. O levantamento, feito pela Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), mostra que a taxa de ocupação das pastagens do estado passou de 0,72 animal por hectare em 1996 para 1,17 animal em 2011. Ou seja, para produzir a quantidade atual com a tecnologia de 1996, as pastagens teriam que ocupar um Acre a mais.

Essa evolução tecnológica foi conquistada com melhoramento genético das pastagens e dos animais, além da melhoria de gestão, por exemplo. "Os pecuaristas perceberam que é possível aumentar a produtividade sem precisar abrir novas áreas e decidiram fazer isso sem incentivos ou ajudas", afirma o superintendente da Acrimat, Luciano Vacari.

Somente nos últimos quatro anos analisados, entre 2008 e 2011, o crescimento na produtividade foi de 16,38%, passando de 1,01 para 1,17 animais por hectare. Esse aumento decorre do fato de o rebanho ter crescido, enquanto a área de pastagens foi reduzida. O número de bovinos do estado passou de cerca de 26 milhões de animais em 2008 para 29 milhões até o ano passado, alta de 12,48%. No mesmo período, os pastos caíram de cerca de 16 milhões de hectares para 24,9 milhões, uma queda de 3,47%.

Ciclos da pecuária

A partir de uma pesquisa feita por meio da base de dados da Nasa sobreposta às imagens do Instituto Nacional de Pesquisa Espacial (Inpe), a Acrimat concluiu que houve três ciclos da pecuária no Mato Grosso desde 1996. O primeiro, entre 1996 e 2005, foi marcado por uma expansão horizontal da atividade, com a abertura de 3,947 milhões de hectares para pastagens. Na segunda fase, entre 2006 e 2008, a área de pastos ficou praticamente estável, com variação de 0,35% no período. Por fim, entre 2009 e 2011, iniciou-se a redução da área ocupada pela pecuária. Só nesse período, a criação de animais deixou de ocupar 863,8 mil hectares, liberando espaço para o avanço da agricultura.

Alguns municípios chegaram a perder praticamente metade de sua área de pastagem só nesses três anos. É o caso de Querência, no nordeste do estado, que perdeu 47% da área de pastos, ou 47% do total. Na mesma região, São Félix do Araguaia perdeu 57,8 mil hectares de pastagem, uma área pequena se comparada ao total de 654 mil hectares, porém representativa. Segundo Vacari, a região do Araguaia é a que tem transferido mais áreas de pastagens para a agricultura.

Essa transferência não precisa ser um problema, já que a pecuária mato-grossense continua expandindo seu rebanho, ainda que em menos terra. Mas Vacari faz um alerta: "Se os pecuaristas estão deixando de criar gado para plantar é porque sua renda está comprometida. O fato de as commodities estarem valorizadas contribui para o processo, mas não é fator preponderante", afirma ele.

Outras cidades que tiveram redução registrada da área de pastagem foram Nova Mutum (30%), Nova Maringá (23%), Nova Ubiratã (25%) e Campo Novo dos Parecis (38%).

Entre os municípios que registraram aumento de área de pastagem, Cuiabá dobrou sua área, porém a capital tem participação relativamente pequena na produção. Sua área passou de 58 mil hectares para 126 mil, aproximadamente. Em Alto Araguaia (a 418 km a Sudeste), houve um aumento de 83 mil hectares no período avaliado.

Fonte: Souagro.com. Pela Redação. 12 de dezembro de 2012.


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