O Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon) publicou nesta semana o estudo "Como desenvolver a economia rural sem desmatar a Amazônia?". Entre outros assuntos, a publicação evidencia uma queda na taxa de desmatamento (a partir do ano de 2006), o aumento do valor econômico da pecuária e a necessidade de estabelecer programas de apoio aos pequenos produtores na região amazônica.
Segundo a pesquisa, o valor econômico da pecuária na Amazônia saiu de R$9,30 bilhões para R$14,20 bilhões, entre os anos de 2006 e 2010. A pesquisa mostra ainda que até 2022 será possível elevar esse valor em cerca de R$4,00 bilhões. Isso representa um crescimento de 16,0% do valor da produção agropecuária em relação a 2010, sem que haja abertura de novas áreas para manejo do gado.
O presidente do Sindicato dos Produtores Rurais de Paragominas (SPRP), Mauro Costa, explica que o estudo ressalta uma solução defendida há anos por produtores e estudiosos que buscam uma pecuária mais sustentável para a região.
Mauro cita como exemplo o projeto Pecuária Verde que, em formato piloto, está em andamento no nordeste paraense. "Mostrar para o produtor e incentivá-lo a produzir sem desmatar é uma das melhores formas de colocar em prática o que os estudos relatam há muito tempo. Como falo normalmente, a produtividade é a base da legalidade", afirma Costa.
A pesquisa reforça a importância de políticas mais eficazes de controle ao desmatamento, como o confisco de gado e o embargo de áreas desmatadas ilegalmente. Entre os anos 2005 e 2009, o desmatamento na Amazônia teve uma queda de 52,0%; desse percentual, os outros 48,0% são resultado dessas políticas.
Potencial
A pecuária é responsável por 70,0% da atividade econômica nas áreas abertas da Amazônia. Até 2010, ela contribuiu com 64,0% do aumento do valor total da produção no campo, enquanto a agricultura cooperou com 36,0%.
Investimentos moderados e adoção de melhores práticas, como a implantação do manejo racional do gado e do solo, de técnicas de bem estar animal e planejamento para gerenciar as propriedades, permitiriam uma produção inicial de 300kg de carne por hectare ao ano. Se o produtor incluir a aplicação moderada de tecnologia seria possível triplicar o rendimento econômico.
Fonte: Globo Rural. Pela Redação. 14 de março de 2013.
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