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Ambientalistas realçam melhorias na moratória


Terça-feira, 2 de dezembro de 2014 - 17h03

Os ambientalistas celebraram o acordo conseguido na "Moratória da Soja". "Estamos felizes com o acordo, que foi o resultado de um processo delicado de negociação", afirma Jean-François Timmers, superintendente de políticas públicas do WWF. Ele destacou duas novidades importantes na nova edição do pacto: a entrada de novos atores e a possibilidade de a moratória proporcionar uma implementação mais qualificada do Código Florestal.


"O MMA [Ministério do Meio ambiente] é um ator importante e agora a moratória abrange 90,0% dos produtores de soja", diz Timmers, que destaca também a entrada de consumidores como McDonalds e Carrefour no pacto pela preservação da Amazônia. "Essas empresas entraram na moratória porque também querem garantir que a soja que estão comprando não causa desmatamento. Isso marca uma evolução no agronegócio e um compromisso e responsabilidade maiores dos grandes atores das cadeias produtivas".


Paulo Adario, estrategista sênior de florestas do Greenpeace Internacional e um dos articuladores da moratória desde o seu início, assinala o quanto o esforço é eficaz. Segundo ele, de 2006 (quando o pacto foi iniciado) até 2013, o acumulado no desmatamento na Amazônia Legal somou 5 milhões de hectares. Do total, 1 milhão foi desmatado nos 73 municípios que produzem soja nos estados do Pará, Mato Grosso e Rondônia e, disso, apenas 47 mil hectares eram área onde havia soja.

 "Há duas possibilidades para isso ter ocorrido", diz Adario, destacando que o percentual é pequeno. "Ou desmataram para colocar pecuária ou pensaram em plantar soja, mas não o fizeram porque a moratória não deixaria que fosse vendida para os traders". Ele sinaliza que, embora o desrespeito à moratória tenha crescido, em números absolutos o total é pequeno.

O acordo acertado prolonga o pacto até maio de 2016 e ajusta a data inicial com o que está previsto no Código Florestal. Antes considerava-se 2006, mas agora a data de base é 2008 - ou seja, as empresas assumiram o compromisso de não comprar soja de áreas desmatadas depois de junho de 2008.

Timmers diz que o pacto, que antes tinha por enfoque uma "pressão de mercado com o compromisso e fiscalização efetiva que a soja não desmatava a Amazônia, agora está evoluindo para algo mais pró-ativo". Ele se refere ao compromisso de se trabalharem melhores práticas agrícolas e se implementar, de forma mais qualificada, a lei florestal.


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