O Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS), com o apoio da Rede Brasileira do Pacto Global, da ONU, lançou dia 4, também na Fundação Espaço ECO, em São Bernardo do Campo (SP), a publicação Financiamento para Pequenos e Médios Produtores Rurais.
Hoje, 70% dos alimentos que estão na mesa dos brasileiros são produzidos por pequenos e médios produtores, que também detêm 77% da mão de obra do campo e que possuem o maior número de propriedades rurais (90% das propriedades rurais do país têm menos de 100 hectares). Esses produtores geralmente são trabalhadores rurais que produzem diversas culturas com pouca tecnologia e mão de obra predominantemente familiar e que, embora correspondam a 84,4% dos estabelecimentos rurais no Brasil, ocupam apenas 24,3% da área rural, e respondem por 40% do Valor Bruto da Produção (VBP).
Diversos desafios e dificuldades são impostos aos pequenos e médios produtores, como: aumento de secas e/ou inundações, aquecimento global, perda de polinizadores naturais, erosão e perda de fertilidade do solo, e evasão da mão de obra do campo.
"Tendo como base esse cenário ameaçador, a cartilha visa mostrar opções de linhas de financiamentos e de suporte técnico a produtores que normalmente sofrem com carência de recursos, ao mesmo tempo em que ajuda a disseminar programas focados em agricultura sustentável e de baixo carbono", afirmou André Ramalho coordenador da Câmara Temática de Biodiversidade e Biotecnologia (CTBio) do CEBDS, que apresentou o projeto durante o evento.
A publicação evidência que entre as oportunidades que podem levar a um salto de qualidade - e a entrada em nichos de mercado - estão a implantação de tecnologias voltadas para a agricultura e pecuária orgânicas, plantio de florestas comerciais, integração Lavoura-Pecuária-Floresta (iLPF), sistemas de plantio direto, tratamento e aproveitamento de dejetos animais. São modalidades do que vem sendo chamado de Agricultura de Baixo Carbono, ou ABC.
As tecnologias agropecuárias voltadas para ABC são incentivadas, principalmente, porque o Brasil assumiu, na 15ª Conferência das Partes (COP-15), da Convenção do Clima, em 2009, o compromisso de reduzir entre 36,1% e 38,9% suas emissões projetadas até 2020. As principais medidas para o cumprimento desse compromisso incidem sobre a agricultura e a pecuária, com redução do desmatamento, recuperação de pastagens degradadas, integração lavoura-pecuária, fixação biológica de nitrogênio e plantio direto.
O financiamento das ações do Plano ABC - cujas metas incluem recuperar 15 milhões de hectares de áreas de pastagens degradadas e aumentar a área de florestas comerciais de seis para nove milhões de hectares até 2020 - conta com linhas de crédito com juros subsidiados pelo governo como: o Pronaf Eco, Floresta e Agroecologia; o PAA; o PNAE; e o Programa ABC, voltado principalmente para os produtores rurais de médio porte.
Fonte: Sou Agro. 5 de março de 2015.
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