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Scot Consultoria

Sustentabilidade: produção pecuária sem desmatamento e com produção agrícola


Segunda-feira, 23 de março de 2015 - 13h21

Nos últimos anos, há uma expressão que os pecuaristas ouvem repentinamente: para ser sustentável é preciso ser ecologicamente correto, economicamente viável e socialmente justo. Não é de hoje que o Brasil tem um dos maiores rebanhos de bovino do mundo. Conforme os dados da Associação Brasileira da Indústria Exportadora de Carne (ABIEC), a pecuária brasileira ocupa uma área de 169 milhões de hectares de pasto e abrange um rebanho de 210 milhões de cabeças de gado, com uma média de 1,24 cabeça por hectare. Assim como não é de hoje que é apontada como a vilã do desmatamento no País durante décadas, aos poucos a pecuária mostra que a produção e preservação caminham juntas. E de mãos dadas.

Um ótimo exemplo disso está na cidade de Tailândia, vizinha de Paragominas (PA), o tão famoso município incrustado na Amazônia que foi durante muito tempo um dos maiores símbolos desmatamento, desde a abertura da Rodovia Belém-Brasília, na década de 1970. Na Fazenda Marupiara, situada na cidade, do pecuarista Mauro Lúcio de Castro Costa, dos 4.356 hectares de propriedade, apenas 880 são utilizados. A área preservada, ou seja, cerca de 80% são mantidos intactos. "Neste ano, serão 460 hectares destinados para a recria e engorda de boi a pasto. O restante é para o plantio de milho e para a produção de silagem, com a finalidade de alimentar o gado em período de seca", diz Costa.

Fazendeiro de terceira geração, ele chegou há 18 anos em Paragominas - a 300 quilômetros de Belém - com a determinação de transformar terras devastadas da região, em meio ao emaranhado de floresta, em pasto. Em uma clareira no meio das árvores, surgiram os bem recortados piquetes, as Áreas de Preservação Permanentes (APPs), os reflorestamentos e a estrada. "A minha propriedade está localizada em uma área de difícil acesso, no meio da floresta. São 90 quilômetros de terra batida quando saímos da malha rodoviária vindo de Paragominas", conta. 

A fim de melhorar a pecuária brasileira e minimizar os impactos da atividade, produtores investem em tecnologia e integração e mostram que rentabilidade também é sinônimo de sustentabilidade.

Nesta época do ano, pastando em suas terras estão duas mil cabeças de gado nelore e cruzado, animais criados em sistema de rodízio. Na região, segundo descreve o pecuarista, a média das fazendas (assim de todo o Brasil) é igualmente baixa, de 1 UA/ha (um animal por hectare) com peso médio de 450 quilos "Mas algumas propriedades já trabalham com 3 UA/ha", explica. 

Foto Mauro Lúcio de Castro Costa

"Sofremos nos últimos anos, passamos por muitas dificuldades. Mas, graças a uma série de medidas, a situação atual da pecuária é outra", diz o pecuarista Mauro Lúcio de Castro Costa.

Foto Eduardo Bastos

"Em média, a taxa de intensificação inicial foi de 10% por meio do trabalho nas áreas de não produção com a regeneração e enriquecimento da vegetação e nas áreas de produção no controle de manejo de plantas invasoras e a limpeza dos pastos", explica Eduardo Bastos, presidente do Grupo de Trabalho da Pecuária Sustentável (GTPS). 

Tailândia, Paragominas e Marabá, entre outros municípios circunvizinhos, estão divididos entre atividade da cultura da soja, floresta, gado e a implantação de sistemas agrossilvipastoris, que integram as atividades agrícolas, pecuárias e silviculturais (reflorestamento e o cultivo de eucalipto) em áreas antes degradadas. "Só Paragominas conta com 1,9 milhão em hectares. Atualmente 600 mil são de áreas abertas, sendo 120 mil com a agricultura, 100 mil com a silvicultura e o restante com a pecuária", afirma Costa.

Uma diferente realidade de uma terra que foi devastada. O pecuarista e também ex-presidente do Sindicato dos Produtores Rurais de Paragominas, explica que, com o município na temida "lista negra" do Ministério do Meio Ambiente, os criadores ficaram sem crédito em bancos. A fiscalização apertou, e as fazendas de gado foram multadas. Além disso, propriedades e frigoríficos enfrentaram barreiras para vender os seus produtos, principalmente para o mercado internacional. "Sofremos nos últimos anos, passamos por muitas dificuldades. Mas, graças a uma série de medidas, a situação atual da pecuária é outra".

Costa lembra que a alternativa encontrada foi reunir aqueles produtores interessados em implantar um novo modelo de pecuária na região. Para o desenvolvimento da iniciativa, foram selecionadas seis fazendas da região, incluindo a Marupiara, que mantinham diferentes características em relação à produção pecuária. "Trouxemos a ciência e a pesquisa para criar um modelo de recuperação. Para fazer isso, tivemos de mudar o processo produtivo e fazer um incremento de tecnologias. Foi um trabalho longo e demorado, sempre buscando mecanismos de como fazer que as atividades fossem produtivas e lucrativas sem desmatar". 

Foto Roberto Risolia

"O produtor otimiza e intensifica a produção pecuária, evitando a abertura de novas áreas de pastagem e, ao mesmo tempo, proporciona acondicionar maior quantidade de animais por hectare, promovendo o aumento de sua produtividade e da lucratividade", afirma Roberto Risolia, líder de sustentabilidade e desenvolvimento de negócios da Dow AgroSciences. 

Foto de bois pastando

O projeto apoiado pelo Grupo de Trabalho da Pecuária Sustentável (GTPS) rendeu bons resultados, que poderão ser replicados já que a produção das fazendas passou de 7 arrobas por hectare para 30 arrobas por hectare dentro das áreas intensificadas (10%). E a melhoria na rentabilidade foi de 78%. 

Foto Gustavo Aguiar

"Temos a legislação ambiental mais rígida do mundo. Preservação e manutenção de Áreas de Preservação Permanente e Reserva Legal em taxas não exigidas em nenhum outro país. Em termos de preservação, associada à produção, de fato, somos referência mundial", avalia Gustavo Aguiar, consultor da Scot Consultoria e membro da Associação de Profissionais da Pecuária Sustentável (APPS).

Os esforços foram reconhecidos. Paragominas foi o primeiro município da Amazônia a ganhar a "liberdade" e, em 2012, nasceu o projeto de "Pecuária Verde" capitaneado pelo Sindicato dos Produtores Rurais de Paragominas. No final de 2014, o projeto chegou ao fim após três anos. Segundo o pecuarista, o próximo desafio, porém, é continuar o aumento da lotação das pastagens, com melhoria nas forrageiras e no desempenho animal com genética.

O projeto desenvolvido em Paragominas (PA), a partir de 2011, surgiu da parceria entre o Sindicato Rural de Paragominas, a organização de conservação ambiental The Nature Conservancy (TNC) e o instituto de pesquisa Imazon. Com a participação das fazendas, financiamento do Fundo Vale e Dow AgroSciences o projeto apoiado pelo Grupo de Trabalho da Pecuária Sustentável (GTPS) rendeu bons resultados, que poderão ser replicados já que a produção das fazendas passou de 7 arrobas por hectare para 30 arrobas por hectare dentro das áreas intensificadas (10%). E a melhoria na rentabilidade foi de 78%. "Em média, a taxa de intensificação inicial foi de 10% por meio do trabalho nas áreas de não produção com a regeneração e enriquecimento da vegetação e nas áreas de produção no controle e manejo de plantas invasoras e a limpeza dos pastos", explica Eduardo Bastos, presidente do Grupo de Trabalho da Pecuária Sustentável (GTPS), formado por representantes de diferentes segmentos que integram a cadeia de valor da pecuária bovina brasileira.

Bastos afirma que até agora os resultados alcançados também mostram a melhoria de margem de 0,8 arroba por hectare para 1,44 arroba por hectare nas fazendas como um todo. Portanto, com 90% da área, a produtividade teve um aumento de 33% e a rentabilidade em 78%. Com a intensificação de 20% da área, os resultados estimados são a melhoria de margem de 0,8 arroba por hectare para 2,07 arrobas por hectare. "Isso mostra que a pecuária é uma atividade única e capaz de aumentar a sua produção, reduzindo sua área e assim cedendo espaço para reflorestamento e produção de outras culturas".

Com a bandeira da sustentabilidade nas mãos, para este ano, o GTPS terá a conclusão do Programa Pecuária Sustentável na Prática, que conta com financiamento da Fundação Solidaridad, por meio do Farmer Support Programme (FSP), fundo do governo holandês. A proposta é produzir um Guia de Boas Práticas, voltado à prática de pecuária, com critérios e indicadores para uma pecuária mais sustentável, envolvendo e comprometendo toda a cadeia de valor. "O foco do conteúdo deste material deverá ser no como fazer e não apenas em o que fazer", explica.

Atualmente o grupo mantém sete projetos do Programa Pecuária Sustentável na Prática espalhados em cinco Estados brasileiros: MT, MS (com dois projetos), RO, PA (também com dois projetos) e BA, que reúnem aproximadamente 900 produtores em 800 mil ha. "Eles servem de laboratório para que o programa desenvolvido possa implantar unidades demonstrativas, treinar técnicos e testar indicadores de melhoria contínua".

Foto Bruno Pedreira 

Bruno Pedreira, pesquisador de forragicultura e pastagens da Embrapa Agrossilvipastoril explica que a iLPF busca a melhoria de fertilidade do solo, da produtividade e reduz a abertura de novas áreas para pecuária. 

Foto Wagner Pires

"O sistema integração foi muito bem aceito, mas existem paradigmas a serem quebrados. Existem alguns conceitos errôneos", conta Wagner Pires, engenheiro agrônomo, pós-graduado em Pastagem e consultor sócio-fundador da Associação de Profissionais pela Pecuária Sustentável. 

A cadeia produtiva articula-se em busca de alternativas para garantir a alta produtividade do rebanho brasileiro, reduzindo ao máximo os impactos ambientais. Uma das alternativas discutidas são as áreas degradadas que passaram por intervenções como a fertilização das pastagens, utilização de espécies forrageiras mais produtivas, o controle de ervas daninhas e boas práticas de gestão, como as da região de Paragominas. Na opinião de Roberto Risolia, líder de sustentabilidade e desenvolvimento de negócios da Dow AgroSciences, a qualidade do pasto é uma das bases da produção deste projeto. No Brasil, aproximadamente, 90% dos animais são criados, recriados e engordados a pasto, sendo 3,5 a média de duração da produção.

Ao melhorar as pastagens, explica ele, o pecuarista produz mais alimentos. "O produtor otimiza e intensifica a produção pecuária, evitando a abertura de novas áreas de pastagem e, ao mesmo tempo, proporciona acondicionar maior quantidade de animais por hectare, promovendo o aumento da sua produtividade e da lucratividade", afirma. Ele lembra também que está surgindo uma série de novas variedades de capim. Há tecnologias e processos como integração lavoura-pecuária, que é uma tendência forte, entre outras ferramentas. Porém, Risolia acrescenta que não é só. "Quando se fala em pecuária sustentável, fala-se da grande oportunidade de toda cadeia envolvida ultrapassar os desafios em conjunto". 

Integração é opção sustentável

Foto Sebastião Faria Junior

"Planejamos atuar mais em parceria com cooperativas e empresas de nutrição e de pastagens, para chegar mais perto de produtores pequenos e médios. Intensificar a capacitação e certificação de pessoas e a adoção de tecnologias é um objetivo permanente", afirma Sebastião Faria Junior, gerente de capacitação técnica da MSD Saúde Animal.

De acordo com as estimativas da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), o mundo terá de aumentar em 70% sua produção agrícola nos próximos 40 anos para alimentar uma população de 9 bilhões de pessoas em 2050. Isso coloca o Brasil no centro das atenções pela capacidade de produção "Temos a legislação ambiental mais rígida do mundo, preservação e manutenção de Áreas de Preservação Permanente e Reserva Legal em taxas não exigidas em nenhum outro país. Em termos de preservação asso- ciada à produção, de fato, somos referência mundial", avalia Gustavo Aguiar, consultor da Scot Consultoria e membro da Associação de Profissionais de Pecuária Sustentável (APPS).

Na opinião de Aguiar, ainda podemos ser bem mais eficientes, em média, em uma comparação com outros países e até mesmo com produtores específicos dentro do Brasil. "Esse é um trabalho lento e gradual, mas que tem sido feito. Temos ótimos exemplos de propriedades tecnificadas e com excelentes índices técnicos e econômicos aqui no Brasil, e são essas operações que saem na frente em termos de resultado", afirma. Ele ainda aponta que é preciso ampliar o investimento e intensificar a utilização dos recursos disponíveis (capital, infraestrutura, conhecimento) para aumentar a produção por hectare e reduzir o custo por unidade produzida. Dentre as ferramentas usadas estão as vantagens da Integração entre Lavoura-Pecuária Floresta (iLPF). Sessenta milhões de hectares de áreas desmatadas podem ser recuperados com esse sistema. A ideia é da Embrapa. Para os especialistas, a diversificação e a integração da produção agrícola, pecuária e florestal em uma mesma propriedade, em rotação ou em cultivo consorciado, são a fronteira do aumento da competitividade no campo e uma opção sustentável. No sistema iLPF, o solo pode ser explorado durante todo o ano, o que favorece o aumento da oferta de grãos, de carne e de leite a um custo mais baixo, devido a ligação que se cria entre lavoura e pastagem. Os pesquisadores da entidade orientam a iniciar o trabalho fazendo o plantio do capim consorciado com alguma outra cultura.

Bruno Pedreira, pesquisador de forragicultura e pastagens da Embrapa Agrossilvipastoril, situada em Sinop (MT), explica que a ILPF busca a melhoria de fertilidade do solo e de produtividade e reduz a abertura de novas áreas para pecuária. "Além de permitir a diversificação das atividades econômicas e minimizar os riscos por condições adversas", explica. De acordo com ele, no Estado de Mato Grosso, por exemplo, há pecuaristas extremamente profissionais. Muitos deles usam o sistema integrado de produção, no qual mantêm 1/4 de sua propriedade com a cultura da soja. "O grão é utilizado na alimentação do gado. E ainda, se o pecuarista tem confinamento, ele ace- lera o término do ciclo, gera ganhos na fazenda".

O engenheiro agrônomo, pós-graduado em pastagem e consultor sócio- fundador da Associação de Profissionais pela Pecuária Sustentável, Wagner Pires, explica que o pecuarista precisa enxergar a sua pastagem como uma cultura. "O sistema integração foi muito bem aceito, mas existem paradigmas a serem quebrados", conta. Pires explica que muitos entendem que têm que usar lavoura na renovação da pecuária. O pecuarista utiliza a área degradada e planta a lavoura. Depois de dois a três anos, volta com a pastagem novamente toda revitalizada, mas há o conceito que é trabalhar com pecuária e com agricultura em uma fazenda, o que gera bons resultados. "Isso cria uma sustentabilidade de negócios".

Na opinião de Sebastião Faria Junior, gerente de capacitação técnica da MSD Saúde Animal, uma das primeiras empresas de saúde animal a entrar para o GTPS, "A legislação ambiental que limita a expansão das áreas de pastagens e o avanço da agricultura já tornaram a otimização da terra um imperativo", diz. Na avaliação dele, nas últimas décadas, o crescimento da produção pecuária foi muito superior ao crescimento da área utilizada. A cadeia como um todo tem fomentado a multiplicação das experiências de sucesso por meio do GTPS. "Planejamos atuar mais em parceria com cooperativas e empresas de nutrição e de pastagens para chegar mais perto de produtores. Intensificar a capacitação e certificação de pessoas e a adoção de tecnologias é um objetivo permanente", afirma. 

Produzindo Certo

Foto fazenda Nossa Senhora das Graças – Caarapó (MS)

Na fazenda Nossa Senhora das Graças, situada em Caarapó (MS), há mais de 20 anos, o sistema de recria e engorda transformou-se para adequar ao mercado e foi além da porteira. 

Foto André Bartocci

"Apesar de nossos bois só enxergarem lavoura em sua vizinhança, produzimos em um sistema exclusivamente a pasto e utilizamos a integração lavoura-pecuária e o confinamento, como ferramenta estratégica", diz André Bartocci

Foto Aline Maldonado

"A Aliança da Terra desenvolveu uma ferramenta e processos que permitem aos produtores rurais medir e monitorar seu progresso de sustentabilidade, para que eles possam ser transparentes sobre seu desempenho com toda a cadeia, até o consumidor final", diz Aline Maldonado Locks, gerente-geral da Aliança da Terra.

Dentro dessa realidade, o melhor mesmo é encontrar formas de lucrar com a mata em pé. Algo possível com a adoção de práticas de manejo e implantação de gestão, que muitas vezes vão além do ambiental, passa também pelo sociocultural, como é o caso do pecuarista André Bartocci.

Na fazenda Nossa Senhora das Graças, situada em Caarapó (MS), há mais de 20 anos, o sistema de recria e engorda transformou-se para se adequar ao mercado e foi além da porteira. "Apesar de nossos bois só enxergarem lavoura em sua vizinhança, produzimos em um sistema exclusivamente a pasto e utilizamos a integração lavoura-pecuária e o confinamento, como ferramenta estratégica", diz Bartocci. Ali, o gado é criado em um espaço de seis a sete animais por hectares. Entre lavoura e pecuária, a fazenda possui 2.700 hectares. São 4.500 animais para a exportação da Cota Hilton, uma parcela de exportação de carne bovina sem osso, de alta qualidade e valor, que a União Europeia outorga anualmente a países produtores e exportadores. "O Brasil produz uma proteína animal sustentável. Ela é baseada no produto que é o boi. Devemos pensar em sustentabilidade pensando no animal", diz. Mas, para se pensar em uma pecuária sustentável como na fazenda de Bartocci, o pecuarista precisa de mão de obra qualificada, essencial para produzir e proporcionar o bem-estar animal, por meio do manejo racional. Além de produzir um animal criado a pasto.

Há dois anos, a fazenda recebeu o reconhecimento de um prêmio e na categoria Destaque Social/Cultural, promovido pela Aliança da Terra, uma organização que tem como objetivo provar que há lugar para a sustentabilidade de resultados no agronegócio, mediante a combinação de lucratividade e respeito à natureza. "A Aliança da Terra desenvolveu uma ferramenta e processos que permitem aos produtores rurais medir e monitorar seu progresso de sustentabilidade, para que eles possam ser transparentes sobre seu desempenho com toda a cadeia, até o consumidor final", diz Aline Maldonado Locks, gerente- geral da Aliança da Terra.

Fonte: revista Conexão Rural, edição de março - por Fátima Costa.


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