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Desaparecimento de abelhas aumentou nos EUA, segundo relatório


Segunda-feira, 18 de maio de 2015 - 18h25

Um relatório anual divulgado pela Bee Informed Partnership, um consórcio que reúne universidades, centros de pesquisas e cerca de 5 mil criadores de abelhas nos Estados Unidos, mostra que aumentou o número de abelhas desaparecidas ao longo do ano passado no país. Divulgado ontem, o documento afirma que houve uma perda de 42,1% no número de colmeias nos 12 meses encerrados em abril, muito acima da perda de 34,2% registrada no mesmo intervalo entre 2013 e 2014. Segundo o consórcio, trata-se da segunda taxa mais elevada desde que os dados começaram a ser coletados de forma sistemática, em 2010.

De acordo com a entidade, o desaparecimento de abelhas teve estranhamente um pico durante o período de verão no Hemisfério Norte - algo raro, já que as perdas mais significativas ocorrem durante o inverno.

Embora não estejam em extinção, o desaparecimento maciço de abelhas - até agora sem explicações conclusivas - é uma fonte de grande preocupação já que dezenas de culturas dependem destes insetos para a polinização. O serviço de polinização por elas prestado equivale a algo entre US$10 bilhões e US$15 bilhões, segundo estimativas de criadores de abelhas e produtores rurais americanos.

Até a ocorrência do fenômeno, em meados da década passada, a média considerada normal de perda de insetos era de 10% ao ano. Muitos insetos não sobreviviam ao estresse climático imposto pelo inverno rígido no Hemisfério Norte. Mas as perdas subiram significativamente, no que ficou conhecido mundialmente como "desordem de colapso das colônias".

Desde então, cientistas dos EUA e da Europa debruçam-se sobre o caso, levantando possibilidades que colocaram em atrito governos, academia e a indústria. Entre as principais suspeitas estão o uso incorreto ou excessivo de defensivos no solo.

Na Europa, autoridades anunciaram amplas restrições ao uso de três defensivos suspeitos de causar a morte em massa de abelhas.

Os inseticidadas clotianidina e imidacloprid, produzidos principalmente pela gigante alemã Bayer, e o tiametoxam, feito pela Syngenta, terão restrições de uso nas lavouras cujas sementes atraem abelhas, acusações que foram imediatamente refutadas pelas multinacionais.

No Brasil, as mesmas companhias criaram este ano o A.B.E.L.H.A., um grupo de cientistas que estudará o tema e dialogará com a sociedade civil na tentativa de evitar que as mesmas questões alardeadas na América do Norte e na Europa atinjam suas operações no país. Segundo a entidade, o desaparecimento de abelhas no Brasil é incipiente.

Fonte: Valor Econômico. Por Bettina Barros. 14 de maio de 2015.


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