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FAO diz que um terço das florestas é administrado por comunidades


Quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016 - 14h00

Quase um terço da superfície florestal do mundo é administrada de alguma forma por comunidades, que operam abaixo de seu potencial, divulgou na terça-feira (23/2) a Organização da ONU para a Alimentação e a Agricultura (FAO).

Após avaliar os últimos 40 anos de atividade florestal comunitária, a agência indicou em um novo estudo que esta é uma "poderosa ferramenta" para a gestão sustentável das florestas, para redução da pobreza e para geração de emprego e ingressos no campo.

Este tipo de atividade procura aumentar o papel das pessoas de um local determinado na gestão dos recursos florestais da região, incluindo as iniciativas indígenas, de governos locais e de pequenos produtores, segundo a definição recolhida pela FAO.

Apesar das comunidades estarem se associando com os governos para tomar decisões sobre o uso da terra e tramitar os recursos florestais, a FAO disse em comunicado que ainda não há condições adequadas para que estes grupos exerçam plenamente seus direitos.

"Os povos indígenas, as comunidades locais e os agricultores familiares estão dispostos a conservar e restaurar as florestas, responder à mudança climática, preservar a biodiversidade e manter os meios de vida a grande escala", garantiu a especialista da FAO Eva Müller, que falou sobre a falta de mais vontade política.

O estudo também recolhe boas práticas desenvolvidas em países de todo o mundo.

No México, até 80% das florestas estão sob a jurisdição legal de comunidades, muitas das quais operam empresas locais para vender a madeira que produzem.

Enquanto no Brasil o desmatamento fora das florestas controlado por grupos indígenas emite 27 vezes mais dióxido de carbono que dentro das florestas comunitárias, na Bolívia e Peru esses grupos são livres para se organizar segundo suas tradições e costumes.

Em Camarões, a revisão das leis permitiu a criação de cerca de 150 áreas manuseadas por comunidades, e no Nepal a superfície florestal cresceu 30% em 15 anos, em parte pela introdução da silvicultura comunitária.

Fonte: Globo Rural. 23 de fevereiro de 2016.


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