São Félix do Xingu é pioneiro em agricultura de baixo carbono

Dono do maior rebanho bovino brasileiro, com 2,2 milhões de cabeças, São Félix do Xingu, no Pará, é o primeiro município do país a criar um comitê local do Plano Agricultura de Baixa Emissão de Carbono (Plano ABC) e a pedir o apoio do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) para planejar suas ações.

A TNC (The Nature Conservancy) contribuiu na formação do comitê municipal do Plano ABC, que reúne diversos atores da região visando a redução das emissões de gases do efeito estufa na produção agropecuária do município. O objetivo é melhorar a eficiência no uso de recursos naturais e aumentar a resiliência dos sistemas produtivos e de comunidades rurais, além de possibilitar a adaptação do setor às mudanças climáticas.

Com o projeto Carne Sustentável - Do Campo à Mesa, a TNC trabalha na região de São Félix do Xingu para incentivar um modelo de produção pecuária menos impactante. Além do apoio técnico aos produtores, incentivando ações de Boas Práticas Agropecuárias (BPA) e aumentando a produtividade do pecuarista sem que ele precise desmatar mais áreas, um dos objetivos é fomentar a integração entre lavoura, pecuária e floresta, o que ajuda a diversificar a produção e contribui na redução da emissão de gases do efeito estufa no setor rural.

A parceria entre a prefeitura e a TNC já resultou na criação de 15 unidades demonstrativas do ABC, voltadas à pecuária, e três em áreas de cultivo de cacau. A proposta é fazer com que os produtores do município visitem esses locais para conhecer as tecnologias da política pública. "Queremos sensibilizá-los para que venham a desenvolver a agricultura de baixo carbono", reforça Francisco Fonseca, Coordenador de Pecuária Responsável da TNC.

Plano ABC

O Plano Setorial de Mitigação e de Adaptação às Mudanças Climáticas para a Consolidação de uma Economia de Baixa Emissão de Carbono na Agricultura - Plano ABC é um dos planos setoriais elaborados pelo Governo Federal com a finalidade de apoiar a adoção de tecnologias de produção sustentáveis, com o objetivo de responder aos compromissos de redução de emissão de gases causadores do efeito estufa no setor agropecuário no país.

O plano nacional é estruturado em seis ações: recuperação de pastagens degradadas; integração lavoura-pecuária-floresta (iLPF), sistema plantio direto (SPD), fixação biológica de nitrogênio (FBN), florestas plantadas (FP)  e tratamento de dejetos animais. As linhas de crédito para essas atividades são disponibilizadas por meio do Programa ABC - braço executivo da política pública federal.

De setembro de 2011 para cá, 26.357 produtores de todo país já aderiam a alguma das seis tecnologias do ABC. Nesse período foram capacitadas 31.406 pessoas (70% técnicos, 20% produtores e 10% estudantes) em todo o país.

Fonte: TNC (The Nature Conservancy). 15 de março de 2016.