Com o apoio da Embaixada Britânica, a consultoria Carbon Trust, entidade criada em 2001 no Reino Unido com o objetivo de "acelerar" a transição para uma economia de baixo carbono, apresentará hoje (12/4) o projeto com o qual pretende angariar cerca de US$100,00 milhões para reduzir as emissões de gases de efeito estufa da pecuária nacional.
A iniciativa, que será lançada em São Paulo, contará com a participação dos ministérios da Agricultura e do Meio Ambiente, afirmou o gerente geral da Carbon Trust no Brasil, João Lampreia. Segundo ele, representantes das duas Pastas firmarão memorandos de entendimentos com a Embaixada Britânica, que financiou a idealização do projeto.
A partir do anúncio, a Carbon Trust começará a busca por recursos junto a fundos internacionais, tais como o Green Climate Fund e o Internacional Climate Fund. A expectativa de Lampreia é que, em meados de 2017, a Carbon Trust já possua os recursos para dar início efetivo ao projeto.
Na prática, os US$100,00 milhões a serem obtidos com fundos internacionais serão emprestados a juros baixos para que os pecuaristas modernizem os sistemas de produção, tornando-os mais sustentáveis. Segundo Lampreia, não há um modelo fechado para os empréstimos, mas a hipótese mais provável conta com a participação do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que receberia os recursos dos fundos para então repassar aos bancos brasileiros e, finalmente, aos pecuaristas.
O montante a ser investido no projeto poderá superar os cerca de US$100,00 milhões que a entidade buscará com os fundos internacionais, disse o executivo. Pelos cálculos do Carbon Trust, para cada US$1,00 investido, outro US$1,40 será alavancado para projetos como esse. Se essa estimativa se confirmar, seriam acrescidos outros US$140,00 milhões.
Com prazo de implementação de cinco anos, o projeto prevê que 200,00 mil hectares de pastos degradados sejam recuperados e que haja uma redução de 16,00 milhões de toneladas em equivalente de dióxido de carbono (CO2). O público alvo do projeto está na região norte de Mato Grosso, no "cinturão do desmatamento".
Fonte: Valor Econômico. Por: Luiz Henrique Mendes. 12 de abril de 2016.