Foto: Freepik
Dos 321 defensivos registrados no Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (MAPA) em 2020, 95 foram produtos de baixo risco ao ambiente (29,6%), somando 439 produtos na classe.
Em 2021, o mercado continua em desenvolvimento e, até o momento, esse nicho de produtos representa 19,4% dos registros (figura 1).
Figura 1. Evolução de produtos registrados e participação dos produtos de baixo risco ao ambiente.
Fonte: MAPA / Elabora por Scot Consultoria
*número parcial de registros até março/21
Produtos de baixo risco ao ambiente são aqueles que possuem princípios ativos biológicos, microbiológicos, semioquímicos, bioquímicos, extratos vegetais e reguladores de crescimento.
Geralmente são de baixa toxicidade e agem seletivamente, com pouco impacto ao ambiente, permitindo a manutenção de organismos benéficos e diminuindo a dependência de produtos convencionais.
Dentre os 95 produtos de baixo impacto registrados em 2020, destacam-se os para controle biológico de pragas, os inseticidas microbiológicos, em primeiro lugar, com 45 produtos registrados (figura 2).
Entre eles, variantes do gênero Metarhizium, fungo utilizado para controle de cigarrinhas na cultura da cana-de-açúcar. Outro exemplo de destaque é a bactéria gram-positiva Bacillus thuringiensis, e suas variantes, eficazes no controle biológico de lagartas como Chrysodeixis includens (Falsa-Medideira) e Spodoptera frugiperda (Lagarta do cartucho), causadoras de danos no complexo soja-milho.
Figura 2. Participação das classes no total de produtos de baixo risco ambiental registrados em 2020.
Fonte: MAPA/Elaborado por Scot Consultoria
Segundo o Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Defesa Vegetal (Sindiveg), o mercado de defensivos movimentou US$12,13 bilhões em 2020, queda de 10,4%, frente a 2019, quando faturara US$13,53 bilhões.
O principal fator responsável pela queda no faturamento foi a variação cambial, associada à antecipação das compras pelos produtores, gerada pelo bom momento de preços para as commodities agrícolas.
Dessa forma, as indústrias negociaram produtos em moeda nacional, no primeiro trimestre, considerando um câmbio na casa dos R$4,20, porém, o real desvalorizou rapidamente, e as indústrias acabaram comprando matéria prima com o dólar valorizado frente ao real, acima dos R$5,00.
Dados apresentados pela Associação Brasileira das Empresas de Controle Biológico (ABCBio), mostram que o mercado de biodefensivos é promissor. Na safra 19/20, o mercado movimentou aproximadamente R$1,0 bilhão e a projeção para safra 20/21 é de crescimento entre 20,0% e 30,0%.
Esse mercado tem atraído grandes empresas do setor de agroquímicos, favorecendo fusões entre grandes corporações e compras de empresas de menor porte do setor de biodefensivos e controle biológico, fato que deve impulsionar o mercado.
A demanda crescente por produtos sustentáveis pode influenciar positivamente o mercado, visto que o uso contínuo de insumos biológicos e técnicas como o manejo integrado de pragas (MIP) tende a reduzir a dependência de defensivos químicos, geralmente mais agressivos ao ambiente.
Receba nossos relatórios diários e gratuitos