Foto: Bela Magrela
O uso de bioinsumos no Brasil e no mundo é uma alternativa sustentável e eficiente para a agricultura. Dividido em três categorias - biofertilizantes, bioestimulantes e biodefensivos -, este mercado está crescendo, com projeções promissoras para os próximos anos.
Os biofertilizantes são uma alternativa aos fertilizantes químicos, compostos por organismos vivos que promovem a fertilidade do solo naturalmente. Eles melhoram a saúde das plantas, aumentam a atividade microbiana no solo, fixam nitrogênio e solubilizam fósforo, nutrientes essenciais para o crescimento vegetal.
O Brasil é líder global na adoção de biofertilizantes. Estima-se que 36,0% dos agricultores brasileiros utilizem algum tipo de bioinsumo, percentual superior ao da Europa (25,0%) e dos Estados Unidos (12,0%).
Essa liderança revela a conscientização sobre a sustentabilidade agrícola e advém naturalmente da busca pela redução dos custos de produção. Segundo a Associação Nacional dos Produtores e Importadores de Inoculantes (ANPII), o uso de biofertilizantes pode reduzir os custos em até 95,0% em comparação aos fertilizantes químicos.
Os biodefensivos, por sua vez, são uma alternativa aos defensivos agrícolas tradicionais. Formulados a partir de microrganismos ou moléculas derivadas deles, esses produtos biológicos combatem pragas de maneira menos agressiva ao meio ambiente. No Brasil, o mercado de biodefensivos movimentou R$5 bilhões na safra 2022/2023 e a expectativa é de um crescimento contínuo de 10,0% em 2024.
A adoção de biodefensivos cobriu 28,0% da área tratada em 2021/2022, em comparação com 9,0% em 2017/2018. Essa expansão é impulsionada pela redução do uso de produtos químicos, minimizando consequentemente o impacto ambiental.
O mercado global de bioinsumos está em expansão. Em 2023, movimentou entre US$13 bilhões e US$15 bilhões, com uma projeção de triplicar até 2032, atingindo US$45 bilhões.
No Brasil, o setor cresceu a uma taxa de 21,0% nos últimos três anos, quatro vezes acima da média global. Esse crescimento está sendo impulsionado pela busca por soluções mais econômicas no agronegócio.
Figura 1.
Projeção de crescimento do mercado global de bioinsumos (2023-2032).
Fonte: CropLife Brasil
Figura 2.
Taxa de crescimento do mercado de bioinsumos (2020-2023).
Fonte: CropLife Brasil
Além disso, o uso de biofungicidas, bioinseticidas e bionematicidas também aumentou. O uso de biofungicidas subiu de 11,0% para 12,0%, de bioinseticidas de 19,0% para 21,0%, e de bionematicidas de 24,0% para 25,0% no mercado global.
Diante dessa robustez de mercado e dessas perspectivas, temos que a agricultura sustentável tem ganhado espaço, e o uso de bioinsumos, especialmente biofertilizantes e biodefensivos, é uma peça-chave para garantir o futuro do agronegócio. O Brasil, com sua vasta produção agrícola, está na vanguarda desse movimento, liderando em adoção e inovação no setor. As projeções de crescimento reforçam a importância dos bioinsumos para o desenvolvimento de uma agricultura moderna, sustentável e competitiva.
Referências
BLINK, P.; BRASIL, C. Bioinsumos no Brasil: dados de mercado do setor. [S.l.: s.n.], 2024. Disponível em: https://croplifebrasil.org/wp-content/uploads/2024/06/CropLife-Brasil-Dados-de-mercado-de-bioinsumos-no-Brasil.pdf. Acesso em: 1 out. 2024.
JORNAL.UNESP.BR/AUTHOR/PABLO-DIOGO. Ação de bioinseticidas também pode levar ao desenvolvimento de resistência por parte das pragas, problema que já afeta agrotóxicos tradicionais. Disponível em: https://jornal.unesp.br/2023/04/19/acao-de-bioinseticidas-tambem-pode-levar-ao-desenvolvimento-de-resistencia-por-parte-das-pragas-problema-que-ja-afeta-agrotoxicos-tradicionais/. Acesso em: 30 set. 2024.
WEBSIX. Abordagem sistêmica do termo bioinsumos na atualidade. Atena Editora. Disponível em: https://atenaeditora.com.br/catalogo/post/abordagem-sistemica-do-termo-bioinsumos-na-atualidade. Acesso em: 30 set. 2024.
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