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Scot Consultoria

Ração animal mais cara esfria demanda


Quinta-feira, 3 de março de 2011 - 09h43

Insumos: Alta de milho e soja eleva preços do produto no país; custo sobe e pressiona margem das integrações. A alta dos grãos está afetando diretamente os preços domésticos das rações para produção animal, que utilizam milho e soja como matérias-primas. Índice de preços elaborado pelo Sindicato Nacional da Indústria de Alimentação Animal (Sindirações) mostra que entre janeiro de 2010 e fevereiro de 2011, a ração utilizada na produção de aves teve uma valorização de 13%. No mesmo período, o produto utilizado na alimentação dos suínos subiu 15%. O aumento dos preços já começa a influenciar a demanda por ração. Apesar de os dados do primeiro bimestre do ano ainda não terem sido finalizados, o vice-presidente executivo do Sindirações, Ariovaldo Zani, diz haver no setor uma percepção de "esfriamento". Segundo o executivo, até dezembro do ano passado havia uma demanda aquecida pela perspectiva de que os preços dos grãos se mantivesse em patamar elevado durante o primeiro trimestre de 2011, mas em janeiro o volume já foi menor. "A partir de março conseguiremos ter uma ideia da real tendência, mas por enquanto mantemos nossa perspectiva de que o mercado cresça ao redor de 4% em 2011", afirma Zani. O aumento do preço das rações está diretamente associado à alta dos grãos. Cálculos do Valor Data mostram que em 12 meses até fevereiro, a soja subiu no mercado interno 44%, enquanto o milho avançou 72%. Como 90% da composição das rações de aves e suínos são formadas por soja e milho, o peso da nutrição no custo das proteínas animais aumentou, influenciando as margens do setor. Por serem os maiores consumidores de ração, as cadeias de aves e suínos são as que mais sentem os impactos. Nos últimos 12 meses, o setor mais afetado foi a indústria de suínos. Em São Paulo, por exemplo, os preços médios da arroba recuaram 12% em 12 meses. Na indústria de aves, o efeito foi menor, já que o preço médio do frango vivo avançou 32% (ver texto abaixo). Com os grãos em alta, as indústrias de nutrição animal têm repassado para os produtos finais. "Não é possível segurar essa valorização sem fazer repasses. Por isso, os produtores estão cobrando das empresas novas tecnologias que permitam ganhos de produtividade", afirma Lauriston Bertelli, diretor-técnico da Premix. Até os nutrientes que compõem a ração final já passam por reajustes de preços. Segundo Cidinei Miotto, diretor comercial da Nutron, a demanda mundial por microingredientes é elevada e não é possível evitar que as altas sejam levadas adiante na cadeia. Na cadeia bovina, a influência do mercado de rações pode ocorrer sobre os confinamentos. No ano passado, o segmento não foi influenciado pela alta dos grãos, pois a valorização teve início no segundo semestre, diferente do que ocorre neste ano. "A chegada da safra (de grãos pode fazer com que os preços da ração parem de subir, mas já identificamos um interesse do pecuarista em planejar desde já seu pacote nutricional", afirma Carlos Grossklaus, diretor-comercial da Socil para o Centro-Oeste. Outra preocupação da indústria de rações é com a logística. Segundo Sérgio Morgulis, diretor-técnico da Minerthal, a valorização dos grãos traz junto a elevação do preço dos fretes. "Eu pago frete para comprar a matéria-prima e novamente para distribuir o produto final", diz. Fonte: Valor Econômico. Por Alexandre Inácio. 2 de março de 2010.
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