O frigorífico Minerva pretende aproveitar a maior oferta de gado no Brasil para aumentar a comercialização de carnes do grupo para o mercado externo ao longo deste ano. A companhia não informou qual a perspectiva de crescimento nas vendas, mas a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec) projeta uma expansão entre 8% e 10% para a área neste ano.
“As perspectivas são positivas, pois o Brasil está em ciclo de inflexão de maior oferta de gado enquanto que outros países estão em queda. O cenário é muito favorável para nós”, afirma Fernando Galleti Queiroz, presidente do grupo Minerva. As exportações representam 61% da receita da divisão carne da companhia.
Entre as estratégias no exterior, a companhia tem diversificado os mercados de atuação “a fim de mitigar eventuais riscos de concentração para um mesmo país ou grupo de clientes”. Um exemplo é a queda da participação dos países do Oriente Médio nas vendas da empresa, que passou de 33% em 2009 para apenas 13% ao fim do ano passado.
Do total exportado pelo Minerva em 2010, a Rússia aparece como principal mercado com 27% de participação das vendas, seguido por Irã com 21% e pelo Egito com 11%.
Diversificação
Outra iniciativa pretendida pelo frigorífico para o ano é aumentar a atividade de confinamento pelo país dentro da estratégia de diversificar geograficamente suas unidades. Para isso, o Minerva adotará uma atuação de acordo com o local onde pretende expandir a quantidade de animais disponíveis para o abate.
“Estamos expandindo os confinamentos com uma atuação diferente em cada região, seja a compra de animais ou parcerias com produtores. Não existe um modelo único no Brasil, cada local tem uma realidade e um modelo que funciona melhor”, diz o presidente da companhia que é sediada em Barretos, no interior de São Paulo.
Com essa expansão, o frigorífico pretende manter seu mercado doméstico aquecido, onde obteve um crescimento de 31,4% no ano passado. Entre os fatores para esse resultado, a companhia aponta a maior demanda por carne bovina por conta do aumento da população e da renda dos brasileiros e a maior diversificação das vendas que diminuíram a concentração no eixo Rio-São Paulo.
“A maior parte do nosso crescimento vem das classes C e D. Por conta desse novo cenário, reforçamos nossa atuação no pequeno e médio varejo para aproveitar essa maior demanda”, comenta Galleti. Segundo ele, o Minerva conta hoje com uma carteira com mais de 25 mil estabelecimentos de menor porte.
Fonte:
Brasil Econômico. Por Fábio Suzuki. 10 de março de 2011.
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