A importância da China para o agronegócio brasileiro é crescente. Os números referentes às importações do país asiático, principalmente os de soja, mostram isso.
A importância da China não se limita, no entanto, ao que ela importa do Brasil, mas ao que busca em outras fontes de mercado.
A avaliação é do Rabobank, banco especializado no agronegócio.
Apesar da alta de juros pelo BC chinês, o impacto esperado desse aperto monetário sobre o crescimento econômico do país será pequeno, segundo estudo da instituição em Hong Kong.
Por isso, as perspectivas de importações dos chineses continuam boas, inclusive as de soja, produto de destaque nas relações comerciais entre chineses e brasileiros.
Neste ano, os chineses influenciarão outros mercados importantes do agronegócio brasileiro, mesmo o Brasil não sendo um exportador direto dessas commodities para os chineses, segundo o Rabobank. O posicionamento da China no mercado mundial gera efeito indireto sobre o agronegócio brasileiro.
Isso pode ocorrer com o algodão, cuja demanda chinesa é grande e o país teve problemas com a produção local; com o açúcar, já que a produção chinesa sofreu efeitos climáticos no inverno e pode perder produtividade; e até com o milho, cujas importações podem subir neste ano também por conta de seca no país asiático.
Os efeitos da presença chinesa nas estatísticas brasileiras de soja são evidentes. Esse "efeito China", apesar de menos visível em outras estatísticas, ainda é poderoso e é certo que se tornará ainda mais importante no futuro, na avaliação do Rabobank.
Em 2000, a China era responsável por 3% do destino das exportações do agronegócio brasileiro. Em 2010, atingiu 14%. O país asiático já assumiu a liderança nas importações do agronegócio brasileiro, quando os países da União Europeia são considerados individualmente.
As exportações brasileiras de soja para a China somaram 19,1 milhões de toneladas no ano passado. Com isso, a produção obtida em um quarto da área plantada com a oleaginosa no país vai para os chineses.
Sem efeito Os problemas causados pelo terremoto e pelo tsunami no Japão podem não ter efeito nas exportações brasileiras de milho. O país importa mais o produto brasileiro só a partir do segundo semestre, segundo analistas da consultoria Céleres, de Uberlândia (MG).
Os dados mais recentes do governo argentino indicam safra de 20,5 milhões de toneladas de milho, 10% menos do que na safra anterior. Os argentinos terão 12 milhões de toneladas disponíveis para exportação.
As exportações de carnes, crescentes na segunda semana deste mês, perderam ritmo na terceira. Mesmo assim, a média de receitas por dia útil fica em US$67,5 milhões no mês, 40% mais do que em igual período de 2010.
As importações brasileiras de algodão somam US$5 milhões por dia útil neste mês, 154% mais do que em março do ano passado, segundo dados da Secex.
A procura por "produtos verdes" fez a venda de frangos orgânicos crescer cinco vezes em quatro anos, diz Edson Shiguemoto, da Korin.
Após investimentos de R$65 milhões, a Mausa, que fornece bens de capital para os setores sucroalcooleiro, petroquímico, de papel e celulose e alimentício, inaugura amanhã nova unidade em Piracicaba (SP).
Fonte:
Folha de São Paulo. Por Mauro Zafalon. 22 de março de 2011.
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