As
commodities pressionaram menos a inflação neste mês do que em fevereiro.
Mesmo assim, os preços no setor continuam em patamares elevados, conforme avaliação de Ariadne Vitoriano, economista da Rosenberg & Associados.
Mesmo com reajustes menores, caso do algodão, alguns produtos ainda pesam na composição do IGP-M.
A taxa deste mês, divulgada ontem pela FGV, foi de 0,62% em fevereiro, para 1%.
A pesquisa inclui as variações de preços de 21 de fevereiro a 20 deste mês.
O algodão em caroço tinha subido 18,4% em fevereiro, conforme o IGP-M. Neste mês, a alta foi de 8,8%.
Essa puxada de preços do algodão vai recair sobre o bolso dos consumidores, segundo Vitoriano.
Já a soja registra forte queda no acompanhamento de preços do IGP-M.
O recuo foi de 6,2%, mas a oleaginosa se mantém em patamares elevados. Com isso, os consumidores devem sentir a elevação de custos nos derivados do produto.
As carnes bovinas também continuam pressionando no atacado, mas os preços do boi gordo perderam força no pasto nos últimos dias.
Já o feijão, que estava em queda, voltou a pressionar, diz Vitoriano. Pesquisa Folha indica que a pressão deve continuar porque os preços estão em alta no campo, devido à menor oferta.
A participação do minério de ferro na inflação está desacelerando, mas os reajustes cíclicos do produto trazem pressão sazonal.
Essa participação deverá voltar a subir a partir de maio e junho, segundo a economista da Rosenberg.
Um dos pesos importantes no Índice de Preços ao Consumidor do IGP-M veio do álcool, produto que registrou preços recordes no país nas últimas semanas. A alta foi de 6,7% neste mês, ante 2,1% em fevereiro.
Bom para todos: a menor volatilidade de preços prevista para o álcool neste ano é boa para todos, consumidores e usinas. A avaliação é de Mirian Bacchi, coordenadora das pesquisas de etanol do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada).
Safra e preços: O consumo não aumenta tanto no período de safra, o que garante mais álcool para a entressafra, e as usinas administram melhor o caixa.
Efeito colheita: O preço do arroz recuou 5% nesta semana no Rio Grande do Sul. Avanço da colheita e demora na chegada dos recursos do governo para comercialização empurraram para baixo os preços, segundo produtores da região.
Recuo Pesquisa da Folha indicou média de preços de R$20,60 por saca do arroz agulhinha em casca. Em algumas regiões, no entanto, as negociações já recuaram para valores de até R$19,50 por saca.
Frango: Após ser negociado a R$2,10 na primeira quinzena deste mês, o quilo de ave viva está a R$1,90 nas granjas paulistas, mostra pesquisa da Folha. O frango acumula queda de 10% em 30 dias, mas registra alta de 31% em um ano.
Em Chicago: O milho caiu ontem para US$6,60 por
bushel (25,4 quilos), 1,3% menos que no pregão do dia anterior.
Fonte:
Folha de São Paulo. Por Mauro Zafalon. 31 de março de 2011.
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