A distribuição de renda na agricultura está melhor neste ano do que no anterior.
Um número maior de produtos, o que envolve mais produtores, vem obtendo renda maior.
"Houve um aumento da base dos produtos", diz José Garcia Gasques, coordenador de Planejamento Estratégico do Ministério da Agricultura e responsável por estudo mensal que acompanha o VBP (Valor Básico da Produção) no país.
O VBP deste ano deverá atingir o recorde de R$195,9 bilhões, 8,34% mais do que o do ano anterior. Dos 20 produtos pesquisados, 6 vão registrar receitas superiores a 10% neste ano.
Essas receitas vão ser puxadas pela soja, que levará R$54,4 bilhões ao campo, valor 16% maior do que o do ano anterior.
O melhor cenário, no entanto, fica para o algodão, que terá receitas de R$ 5,1 bilhões, mas crescimento anual de 61%.
A participação do café também é crescente no VBP. Os cálculos de Gasques indicam que as receitas deste ano devem somar R$21,3 bilhões, 32% mais do que em 2010.
Os dados da Agricultura mostram alteração importante na origem das receitas no campo. São Paulo perde a liderança que tinha em 2010 para Mato Grosso.
Os paulistas, que detinham 18% do VBP no ano passado, recuaram para 15% neste ano. Já os mato-grossenses subiram de 12% para 18% no período.
A liderança de Mato Grosso se deve à boa safra e aos preços remuneradores de soja, do milho e do algodão.
A exemplo de São Paulo, Rio de Janeiro também perdeu renda, o que fez com que O VBP da região Sudeste recuasse para R$51 bilhões, 1% menos do que em 2010, foi a única região a ter queda.
A safra de GRÃOS do Centro-Oeste deverá elevar as receitas da região para R$54 bilhões, com alta de 61% sobre a do ano anterior. Na região Sul, a alta é de 7%.
Crescente Goiás, uma das novas fronteiras produtoras de cana-de-açúcar, está elevando rapidamente a participação na produção nacional desse setor, segundo dados do Ministério da Agricultura.
Como está Em 2005, o Estado representava apenas 3% das receitas nacionais obtidas com a cana. Neste ano, deverá atingir 8%. A participação do líder São Paulo recuou de 56% para 43% no período.
Pelo menos 256 usinas já estão em operação na safra 2011/12 de cana. Apesar disso, a produção deste ano de álcool ainda é 61% inferior à obtida em igual período do ano passado, segundo a Unica.
O retorno das máquinas ao campo força a queda nos preços do álcool hidratado. Após ter atingido o pico de R$1,69 em março, em Paulínia (SP), o combustível foi negociado a R$1,02 ontem, segundo o Cepea. A queda é de 40% no período.
As negociações do mercado futuro da BM&FBovespa já antecipam a queda do álcool hidratado para valor inferior a R$1 por litro. O primeiro contrato recuou para R$0,99 por litro.
O petróleo voltou a subir, mas o barril ainda está abaixo de US$100 em Nova York. Já a prata manteve tendência de queda nesse mesmo mercado: menos 2% ontem.
Fonte:
Folha de São Paulo. Por Mauro Zafalon. 13 de maio de 2011.
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