A citricultura ganhou um espaço inédito no Plano de Safra 2011/2012, apresentado nesta sexta-feira (17/6) em Ribeirão Preto, São Paulo. Trata-se da criação de uma linha que financiará a estocagem de suco de laranja. "Será um grande acordo e a citricultura vai se deparar com um fato novo, não visto nos últimos 40 anos", avaliou o Ministro da Agricultura, Wagner Rossi.
A nova linha de crédito começou a ser articulada pelo ex-secretário do estado de São Paulo, João Sampaio, que durante a última edição da Agrishow expôs ao ministro as preocupações da cadeia citrícola diante da expectativa de colheita de uma safra 10% maior que a do ano passado em São Paulo, que deverá colher 355 milhões de caixas, de acordo com o Instituto de Economia Agrícola (IEA). Sampaio contou com o apoio tanto dos produtores como das indústrias e o governo atendeu a solicitação do setor.
Com isso, foi criada uma linha no valor R$300 milhões para financiar a estocagem de até 240 mil toneladas de suco da fruta. Retirando parte da oferta do mercado, a expectativa é de que o setor consiga sustentar os preços da bebida e da fruta na atual safra. No ano passado, quando o estado colheu 322 milhões de caixas, os preços pagos aos produtores alcançaram patamares recordes e foram negociados a R$15 por caixa.
Financiamento
Serão destinados ao setor citrícola R$300 milhões para estimular o aumento dos estoques de suco de laranja. Cada empresa de suco poderá acessar R$80 milhões e os produtores, por sua vez, serão apoiados pelo governo com a regulação de preços mínimos para a caixa da fruta, que deverá ser de R$10/caixa. A meta do governo, de acordo com o ministro Wagner Rossi, é reduzir a volatilidade dos preços da caixa da laranja, hoje comercializada em R$7/caixa. "As dificuldades de negociação geraram conflitos entre os citricultores e a indústria. Esta briga é histórica devido aos conflitos de preço", afirmou.
Rossi também afirmou que, a partir de 2012, as negociações do setor devem ser melhores, com o Consecitrus. "Estamos em vias de organizar definitivamente o Consecitrus, o que poderá abrandar as discussões entre produtores e indústria e melhorar as condições de negociação entre estas duas cadeias".
Fonte: Globo Rural. Por Luciana Franco. 17 de maio de 2011.