Para Mato Grosso do Sul se manter como um dos expoentes na produção agropecuária é necessário recuperar os 9 milhões de hectares de áreas degradadas no Estado. Para isso seriam necessários pelo menos R$ 8,1 bilhões reais.
Essa informação foi repassada pelo diretor geral da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) Gado de Corte, Cleber Soares, durante uma reunião na manhã com deputados e senadores do Estado para mostrar a importância das pesquisas feitas pela empresa.
Cleber explicou que Mato Grosso do Sul tem 35 milhões de hectares para produção agropecuária, mas são utilizados somente 18 milhões, sendo que metade disso são áreas degradas com baixa produtividade.
De acordo com as estimativas realizadas pela Embrapa até 2020, com os 9 milhões de hectares degradados recuperados, seria possível aumentar a produção da cana-de-açúcar em pelo menos 114%, 192% de florestas plantadas, fora outras atividades econômicas.
“Mato Grosso do Sul teria a produtividade de dois Estados” ressaltou o pesquisador.
Os custos para recuperação das áreas degradas no Estado custaria cerca de R$900 com uma baixa tecnologia, R$1400 com média e R$1800 com alta tecnologia.
No meio da explanação do pesquisador da Embrapa, o senador Waldemir Moka (PMDB), questionou se o preço para abrir novas áreas produtivas, não seriam mais baratas do que a recuperação das áreas degradas. A resposta foi que variava de R$800 o hectare para mais dependendo da área.
Moka alegou que ainda é caro recuperar as áreas degradas e que é necessário uma linha de financiamento com juros reais abaixo do praticado no mercado, para que o produtor pense em recuperar ao invés de abrir novas áreas.
Durante a apresentação dos investimentos do programa intitulado com PAC Embrapa, foram apresentados outros projetos e dados das três unidades da Embrapa no Estado.
Dos 220 milhões de hectares de pastagens no país, 70% são pastagens cultivadas. A Embrapa Gado de Corte é responsável pelas sementes de pastagens de 80% das folhagens cultivadas nos pastos brasileiros.
A empresa estima que para cada R$1 investido em pesquisa na Embrapa são contabilizados outros R$9,35 em retorno para população e produtores rurais. A Embrapa Gado de Corte por exemplo é responsável 45% da rentabilidade da empresa, o que significa algo em torno de R$8,1 bilhões.
Em Campo Grande será implantado o primeiro laboratório biológico de segurança máxima no país. Ele será o único com capacidade para isolar um possível vírus e estudá-lo sem perigo de contaminação. Outro laboratório será o analisará a qualidade da carne. A empresa também tem pesquisas na área de sanidade animal e outras propostas de pesquisas.
Na Embrapa Pantanal, foram mostrados os projetos para monitorar as cheias e poder avisar a população ribeirinha e os produtores rurais, tecnologias para produção do cavalo pantaneiro, indicadores sociais e financeiros da região, além de estudos sobre recursos hídricos, agricultura familiar e mudanças climáticas.
Entre os projetos mais interessantes, destacou-se o que estuda os camalotes pantaneiros como fonte para usinas de bioenergia e a domesticação de plantas para uso medicinais como a Pfaffia glomerata, conhecida como o Ginseng do Pantanal e planta Nó de Cachorro que já tem o uso medicinal estudado pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais).
Pela Embrapa Agropecuária Oeste, de Dourados foi apresentado os trabalhos do consórcio do milho safrinha e da braquiária, controle de pragas, e plantações integradas com lavouras/pecuária/florestas.
Fonte: Campo Grande News. Por Ítalo Milhomem. 8 de julho de 2011.