De olho no setor de defensivos agrícolas e na expansão do agro brasileiro, cerca de 80 empresários chineses deste segmento estão no Brasil para discutir a abertura do mercado nacional para os produtos chineses. O grupo participa, nesta quinta e sexta-feira (4 e 5/8) do IV China-Brasil AgrochemShow, que acontecerá no Novotel Morumbi, em São Paulo (SP). De acordo com Flávio Hirata, da Allier Consulting, e organizador do evento, o objetivo é estreitar as relações comerciais no setor e mensurar como os novos negócios poderão ser feitos, beneficiando os dois países.
De acordo com Hirata, o fato de a China ser o maior fabricante global de defensivos agrícolas e o Brasil, o maior mercado consumidor destes produtos, superando os Estados Unidos, são fatores cruciais para direcionar as novas relações comerciais para o segmento. "Existem parcerias antigas entre China e Brasil, mas as relações estão mudando. Antigamente, havia três, quatro mil empresas chinesas fabricantes de produtos agro-químicos que exportavam através de tradings. Estes produtos eram vendidos a preço de custo e repassados ao Ocidente com preços de mercado. Isso está mudando. Os próprios fabricantes estão buscando estas relações comerciais diretas", explica o consultor. "Essa nova relação estimula uma competição mais justa para o agronegócio". Segundo Hirata, representantes das 35 maiores empresas de defensivos agrícolas da China participam do evento.
O China-Brasil AgrochemShow acontece a cada dois anos, em São Paulo. A primeira edição ocorreu no ano de 2001, mas com o interesse cada vez maior da China pelo Brasil, sobretudo no agro, o evento passará a ocorrer anualmente, segundo o organizador. "Havia alguns anos, o setor de defensivos chinês era muito tímido. Agora, não, os chineses estão prontos para uma nova realidade", diz ele.
Além das novas e inéditas relações comerciais entre Brasil e China, o IV China-Brasil AgrochemShow vai abordar a mudança nos registros de produtos agro-químicos. "Desde o ano de 2005, está havendo um grande interesse dos chineses em registrar os produtos como proprietários o que lhes dá a possibilidade de definir os preços no mercado", afirma Hirata. Em maio deste ano, após um processo burocrático de dois anos, a China Continental (porção que compreende China, Taiwan e Cingapura) obteve o 1º registro de propriedade de um produto agro-químico no Brasil. O Brasil tem um sofisticado e complexo sistema de registro de fornecedores de agrotóxicos e de defensivos agrícolas. Todo registro tem avaliações agronômicas (Ministério da Agricultura), toxicológicas (Anvisa) e ecotoxicológicas (Ibama).
Fonte:
Globo Rural. Por Viviane Taguchi. 3 de agosto de 2011.
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