O presidente da Petrobrás, José Sergio Gabrielli, disse nesta quarta-feira, 24, que o Brasil deve ter dificuldades na produção de etanol nos próximos dois anos.
"Nós vamos viver nos próximos dois anos dificuldades na produção do álcool no Brasil", afirmou o executivo, que participa de audiência pública conjunta da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) e Comissão
Gabrielli observou, no entanto, que não se trata de um problema de estoque, e sim de produção de cana-de-açúcar, tendo em vista um "movimento particular" no setor, pois os investimentos do setor privado não cresceram, a safra do Brasil de 2009 foi ruim e houve ainda houve quebra de safra na Índia, que é um dos maiores exportadores de açúcar do mundo.
Ele observou, no entanto, que não é interessante para a Petrobrás que o preço do álcool tenha grandes variações. "Como produtores de gasolina, não queremos que o preço fique variando toda hora", disse.
Segundo Gabrielli, a queda na produção de petróleo da Petrobras em julho é consequência de maiores exigências no processo de fiscalização das plataformas por órgãos como a Marinha e o Ministério do Trabalho. "Hoje há exigência maior, legítima. Isso implica ter mais paradas e afeta a produção", disse Gabrielli.
Ele ressaltou que a produção da estatal aumentará daqui para frente com a entrada em operação de novas sondas de perfuração. Ele observou, porém, que não é possível fazer uma previsão sobre as paralisações das plataformas. "Não sei o que virá. Vamos fazer a nossa parte", disse.
Questionado sobre a divisão dos royalties do pré-sal, Gabrielli disse que a posição dele pessoal, não como presidente da empresa mas como cidadão, é de uma divisão mais igualitária.
O executivo evitou comentar sobre a decisão do governo, anunciada ontem pelo ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, de que a 11ª rodada de licitação de blocos para exploração de petróleo será adiada para 2012. "Não vou comentar sobre esse assunto. A Petrobras fará o que for decidido".
Royalties
Gabrielli demonstrou preocupação com uma possível queda do veto à emenda Ibsen sobre distribuição de royalties. "Se derrubar o veto, volta a emenda passada, que altera os contratos", afirmou. Isso porque, observou o executivo, a divisão igualitária de royalties teria impacto não só no petróleo extraído nos blocos não licitados da camada pré-sal, mas também das áreas já licitadas, que têm contratos vigentes.
Para o senador Delcídio Amaral (PMDB-MS), presidente da Comissão de Infraestrutura do Senado, a volta da emenda Ibsen "vai criar um problema jurídico absolutamente inadministrável".
Fonte: Agência Estado. Por Karla Mendes. 24 de agosto de 2011.
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