Entidades representativas do setor produtivo garantem que o Brasil poderá perder cerca de R$60 bilhões em investimentos estrangeiros que estavam previstos para serem injetados até 2017 no setor produtivo. A aplicação dos recursos foi suspensa após a publicação do parecer 01/2008 da Advocacia-Geral da União (AGU), que restringiu a aquisição de terras brasileiras por pessoas físicas e jurídicas internacionais. Elas participaram da audiência pública, promovida pela Subcomissão criada para analisar aquisição de terras brasileiras por estrangeiros (Subestra), ocorrida ontem, na Câmara dos Deputados.
*É interessante como num mundo globalizado ainda existam pessoas que teimam em pensar com se estivessem no século 18. Se esses recursos não forem aceitos pela agricultura brasileira, certamente o serão pelos países que concorrem com o Brasil na produção de alimentos, fibras e combustíveis renováveis. O Brasil não detém sozinho o potencial para a produção de alimentos. A oportunidade está aí, ou a aproveitamos ou ficaremos a ver os navios passarem.
Segundo dados apresentados pelo assessor técnico da Comissão Nacional de Política Fundiária da Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Anaximandro Almeida, do total do capital retraído, R$7 bilhões seriam realizados no setor de grãos, R$16 bilhões na cana e R$37 bilhões em replantio de florestas.
E o impacto não é só econômico. Estes investimentos não realizados atingirão também os indicadores sociais. Estimam redução de emprego e da arrecadação de impostos e ainda elevação de preço ao consumidor em razão da retração da oferta da produção.
O cenário previsto pelo segmento de floresta plantada, por exemplo, prevê perda de 40 mil novos postos, informa o diretor executivo da Associação Brasileira de Produtores de Florestas Plantadas (Abraf), César Augusto dos Reis. "Nossa sugestão é fazer distinção entre o capital especulativo do produtivo. O controle do capital deve ser pela finalidade e não pela origem como está definido no parecer da AGU. E ainda precisamos estabelecer um marco legal".
No ramo de cana-de-açúcar, a situação também é considerada uma vez que 30% das usinas de etanol pertencem a estrangeiros para os quais o parecer da AGU provocou uma insegurança jurídica imediata.
*Realmente, parece que a política brasileira tende a dar um passo adiante e três para trás. Os prejuízos da postura brasileira são evidentes. Temos leis suficientes para afugentar o capital meramente especulativo. Quem tem terra é praticamente obrigado a pô-la em produção. E essa obrigação, infalivelmente termina por valorizar o patrimônio. O que em última análise dificulta a distinção entre especuladores e produtores.
“Se nada for feito haverá redução na matriz energética do bicombustível. O setor está estagnado quase sem novos projetos. O Brasil precisa de uma lei que cuide do passado e do futuro dos empreendimentos, sem segurança jurídica nada acontece. A terra é estratégica para a cana", alerta o assessor jurídico da União das Indústrias de Cana-de-Açúcar do Estado de São Paulo (Unica).
*Propaganda interna é terrível! Estive recentemente nos EUA e em Nova Iorque notei a quantidade de veículos movidos a etanol, híbridos de gasolina e eletricidade, ônibus elétricos, movidos a biocombustível, etc. Aqui batemos incessantemente na mesma tecla e até falta álcool nas bombas.
Recusar investimento estrangeiro é um luxo.
* Notícia comentada pelo engenheiro agronômo
Alcides Torres, consultor da
Scot Consultoria. - comentários em azul.
Fonte:
Diário de Cuiabá/Agrolink. Pela Redação. 25 de agosto de 2011.
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