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Scot Consultoria

Mais uma ameaça ao setor


Sexta-feira, 26 de agosto de 2011 - 09h37

Os produtores de suínos de Mato Grosso podem ficar sem milho em 2011. O alerta vem da direção da Associação dos Criadores de Suínos de Mato Grosso (ACRISMAT). De acordo com a entidade, os produtores do grão têm informado nos últimos seis meses, ao Governo do estado e ao Governo Federal, que em razão das quebras das safras de milho em todo o país (1ª e 2ª safras), o Estado deve ficar sem o cereal para consumo animal. A ACRISMAT destaca que além da ameaça de escassez do grão – que levaria a um aumento maior sobre o custo de produção – o segmento é o mais afetado pelo embargo russo, em vigor desde o dia 15 de junho. Mato Grosso detém um plantel de 110 mil matrizes suínas, cada uma gera de 20 a 25 animais terminados por ano, de alto grau de evolução genética. A suinocultura gera no Estado mais de 32 mil empregos diretos e indiretos. Segundo o diretor executivo da ACRISMAT, Custódio Rodrigues, Mato Grosso mesmo sendo o maior produtor nacional de milho safrinha, não retém internamente toda a produção por conta da alta demanda de consumidores localizados no Paraná, Santa Catarina e no Rio Grande do Sul, estados que concentram os maiores rebanhos de aves e suínos do Brasil. Rodrigues explica que segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB), os estoques de milho não ultrapassarão um 1,2 milhão toneladas. Segundo o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (IMEA), quase 70% da safra atual estão comercializados. Em função da insegurança sobre os estoques do grão e as estimativas de demanda mundial acima da oferta, o ritmo de vendas ultrapassa o registrado em igual período do ano passado. No mesmo de 2010 a produção, cerca de 17% maior que a atual, tinha menos de 47% do total já comprometido, na variação anual houve evolução de 19,5 pontos percentuais (p.p.). O que apavora o setor é que apenas a cadeia suinícola consome algo em torno de 600 a 700 toneladas anualmente. Ou seja, o estoque não atenderá nem o setor de aves, bovinos e nem a exportação. Estimativas do IMEA feitas ao longo dos meses apontaram para uma área plantada cerca de 10% inferior ao 1,94 milhão de hectares da safra anterior e uma perda de 17% na produção já que o volume previsto para a atual temporada é de 6,99 milhões de toneladas ante 8,41 milhões no ciclo 09/10. “Precisamos com urgência que o governo interceda para que haja uma retenção da produção de milho dentro do Estado. Não aguentaremos mais este aumento nos nossos custos que estão inviáveis neste ano. Estamos amargando prejuízos e empatando custo e venda”, afirma presidente da ACRISMAT, Paulo Lucion. De acordo com Lucion, atualmente o preço da saca de milho está em média a R$17,50. Se os produtores tiverem de comprar de outros estados o preço final da saca ficará entre R$30 a R$50. “Se isso acontecer várias granjas serão fechadas e produtores levados à falência”, denuncia o presidente. De acordo com o IMEA, na semana passada a saca em Rondonópolis e Primavera do Leste (cidades ao sul de Cuiabá) encerraram a semana com indicações de preços próximas a R$21 e R$21,50, respectivamente. A cidade que teve maior alta nas indicações de preço no decorrer da semana foi Diamantino, iniciando a última segunda-feira com R$16 a saca e ficando na sexta-feira (19) com indicações próximas a R$18,40 a saca, um aumento de preço de até R$2,40. No final do mês passado, a diretoria da Associação dos Produtores de Soja e Milho do Estado (APROSOJA/MT), afirmou que o mercado interno não corre risco de desabastecimento por conta da redução da safrinha 2011 de milho no Estado. “Os estoques atendem a nossa realidade, porém, de forma equilibrada”. Segundo dados do IMEA, o consumo interno do grão é de 2,2 milhões de toneladas. No início desta semana a colheita do grão no estado chegou ao fim, ao atingir mais de 99% da área plantada. Fonte: Diário de Cuiabá. Por Marianna Peres. 25 de agosto de 2011.
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