A Monsanto investiu cerca de US$100 milhões na busca de uma segunda geração de semente de soja transgênica nos últimos dez anos para só então iniciar uma nova etapa do processo de desenvolvimento da Intacta RR2 Pro, que são os ensaios a campo espalhados por todo o Brasil, inclusive, em Mato Grosso. A partir de agora, a multinacional vai extrair desta tecnologia as variedades que se adaptem aos mais diferentes solos do Brasil.
No início de fevereiro, a Monsanto apresentou sua nova tecnologia voltada 100% à sojicultura nacional. A nova soja da Monsanto foi aprovada pela Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) em reunião realizada em 19 de agosto do ano passado.
Por ser uma tecnologia exclusiva para o Brasil, o lançamento comercial só será feito após registro das cultivares e as aprovações para importação em mercados importantes, como Estados Unidos, China e alguns países europeus. Conforme Sanders, já houve aprovação nos Estados Unidos, México, Canadá e Nova Zelândia. “Só lançaremos de forma comercial depois que todos os importadores brasileiros aprovarem para não perturbarmos o mercado”.
A Monsanto, ao assumir o compromisso de aprovar os materiais nos países importadores do produto, ela se antecipa a uma preocupação dos próprios produtores que temem embargos futuros às exportações do grão e de outros produtos.
Existe uma preocupação dos produtores em relação ao risco a que ficam expostos ao produzir uma variedade que ainda não tenha sido oficialmente aprovada pelos países importadores. A Associação dos Produtores de Soja e Milho do Estado (APROSOJA/MT) quer que a legislação do Brasil passe a proibir qualquer novo evento que não tenha sido aprovado pelos importadores.
Cada um dos laboratórios de pesquisa da Monsanto espalhados pelo país, inclusive o localizado em Sorriso (460 quilômetros ao norte de Cuiabá), teve participação no experimento. “Toda pesquisa voltada ao melhoramento da soja tem de passar por Mato Grosso”.
O diferencial da Intacta é ofertar três benefícios, muito esperados nas lavouras, ao mesmo tempo: resultados de produtividade sem precedentes, devido às tecnologias avançadas de mapeamento, seleção e inserção de genes em regiões do DNA com potencial impacto positivo na produtividade, proteção contra as principais lagartas que atacam a cultura da soja e tolerância ao glifosato proporcionada pela tecnologia Roundup Ready (RR). “Quando reduzimos a necessidade de aplicações, temos ganhos econômicos – porque o produtor vai desembolsar menos por agroquímicos -, ambiental – menos produto em contato com o meio ambiente – e qualidade de vida ao produtor que reduz o manejo diário das lavouras, ou seja, é um produto que visa à agricultura sustentável”, resume o líder da Monsanto em Sustentabilidade, Michael Doane. Ainda segundo ele, a plataforma tecnológica e o banco de germoplamas, são os grandes legados da Monsanto, “já que o clima está mudando e a agricultura tem de apresentar uma resposta adaptável”.
Fonte: Diário de Cuiabá. Por Marianna Peres. 18 de setembro de 2011.