A liberação de recursos nas linhas de crédito do Plano Agrícola e Pecuário atingiu R$17 bilhões em julho e agosto deste ano, os dois primeiros meses da safra 2011/12.
O valor é 16,6% inferior ao liberado em igual período do ano passado, quando foram contratados R$20,4 bilhões.
A queda se deve principalmente à redução das aplicações a juro livres para as agroindústrias e ao fim da linha de crédito anticíclica denominada BNDES/BB Procer, criada pelo governo para financiar o capital de giro das empresas após a crise financeira de 2008. O montante de recursos caiu de R$4,88 bilhões em julho e agosto do passado para R$180 milhões nos mesmos meses deste ano.
Ives Cézar Fülber, diretor de agronegócios do Banco do Brasil, explica que somente na linha BNDES/BB Procer foram liberados 2,872 bilhões em julho e agosto do ano passado. A linha, que tinha taxa de juros fixa de 11,25% ao ano, com dois anos para amortização, funcionou em 2009 e 2010. Ele comenta que os recursos liberados neste ano são resíduos de financiamentos contratos até 30 de junho do ano passado, quando a linha deixou de existir.
Em relação aos financiamentos a taxas de juros livres para as agroindústrias, Ives Fülber afirmou que a demanda normalmente é menor nesta época do ano. Ele afirmou que a procura deve aumentar nos próximos meses e que até o final do ano devem ser disponibilizados de R$1,8 bilhão a R$2 bilhões, tendo como funding as Letras de Crédito do Agronegócio (LCA).
O Ministério da Agricultura informou que para financiamento do custeio e da comercialização na 2010/11 houve um aumento de 5,2% nos recursos, com taxas de juros controladas. O montante nos dois primeiros meses atingiu R$12,3 bilhões.
No caso do Banco do Brasil, a liberação de recursos para produtores rurais e suas cooperativas atingiu R$7,778 bilhões no acumulado de julho e agosto, valor 19% superior aos R$6,530 bilhões liberados em igual período do ano passado. O diretor de agronegócios do Banco do Brasil chama a atenção para as aplicações na linha de crédito destinada aos médios produtores (Pronamp), que atingiu R$641 milhões nos últimos dois meses e cresceu 17% em relação a igual período da safra passada.
Fonte: Agência Estado. Por Venilson Ferreira. 20 de setembro de 2011.