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Contra aftosa, Exército é mantido na fronteira com Paraguai


Sexta-feira, 23 de setembro de 2011 - 09h11

O governo federal decidiu manter tropas do Exrcito na regio de fronteira seca dos Estados do Paran e Mato Grosso do Sul com o Paraguai para garantir a fiscalizao e o controle do trnsito de gado e produtos de origem animal. A razo para a medida o foco de febre aftosa descoberto no pas vizinho. A doena foi detectada em bovinos de uma fazenda na regio de Sargento Loma, no Departamento de San Pedro, no centro do Paraguai. A medida apurou o Valor, foi decidida durante viagem do presidente da Repblica em exerccio Michel Temer e dos ministros da Agricultura, Mendes Ribeiro, e da Defesa, Celso Amorim, ao Rio Grande do Sul. Parte da cpula do governo esteve na quarta-feira em Porto Alegre (RS) para avaliar os resultados da chamada "Operao gata 2", ao de represso a crimes nas fronteiras comandada pelas Foras Armadas. As manobras do Exrcito, que mantm sete mil homens nessas regies de fronteira, seriam encerradas amanh. Mas o ressurgimento da aftosa no Paraguai levou o governo brasileiro a optar pela manuteno da tropa. O ministro Mendes Ribeiro marcou uma reunio para hoje, na capital gacha, com secretrios do Conselho de Desenvolvimento e Integrao Sul (Codesul), e a secretria de Produo de Mato Grosso do Sul para discutir aes de vigilncia de aftosa. Ser a primeira reunio de todos os representantes dos Estados e do governo federal para alinhar as diretrizes de ao nesse episdio. Embora mobilizado aps o surto no Paraguai, o governo brasileiro sofre crticas em relao sua atuao. O presidente do sindicato dos fiscais agropecurios (Anffa), Wilson de S, apontou ontem a piora nas condies de trabalho aps o bloqueio do oramento do Ministrio da Agricultura. "Houve uma paralisao nos servios e no querem admitir", afirmou. "O deslocamento [dos fiscais] est esbarrando na falta de oramento. O contingenciamento afetou diretamente nossas atividades. Vrios colegas tm dificuldade em viajar para a regio fronteiria", disse S. Um problema para a vigilncia, segundo os fiscais, a extenso da fronteira entre Brasil e Paraguai (1.365 km) e a existncia de estradas clandestinas na regio. A combinao das duas caractersticas pode colocar em risco os rebanhos brasileiros, segundo a Anffa, sindicato dos fiscais de produtos de origem animal e vegetal. Responsveis pelo controle de produtos agropecurios, os fiscais federais afirmam trabalhar com uma estrutura "insuficiente". Atualmente, o Ministrio da Agricultura conta com 3.549 profissionais na ativa, segundo a Anffa. Pouco mais de 500 operam no servio de vigilncia agropecuria internacional (Vigiagro). Fonte: Valor Online. Por Mauro Zanatta. 23 de setembro de 2011.
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