Demanda fraca
Seguindo o movimento de outras commodities agrícolas, os futuros do algodão subiram ontem em Nova York com a "ajuda" da queda do dólar, mas de maneira tímida por causa da demanda ainda fraca. Os contratos para março fecharam a 96,38 centavos de dólar por libra-peso, valorização de 78 pontos. Analistas ouvidos pela agência Dow Jones Newswires disseram que a alta do algodão foi "modesta", se comparada com outras "soft commodities", porque o movimento no setor industrial consumidor da pluma continua muito lento. "Entramos em outro patamar de preços (de baixa) na semana passada, mas não houve sequência", disse o analista independente Mike Stevens. No mercado interno, o indicador Cepea/Esalq para a pluma fechou em baixa de 0,32% a R$1,71 a libra-peso.
Queda ao produtor
O preço médio da laranja destinada à produção de suco continua em queda em São Paulo. Segundo o Instituto de Economia Agrícola (IEA), vinculado à Secretaria da Agricultura do Estado, a baixa foi 11,96% na segunda quadrissemana de outubro, para R$8,48. A laranja de mesa caiu 7,89% na mesma comparação, para R$10,54, em média. "A queda dos preços da laranja para indústria decorre da magnitude da safra colhida, com as agroindústrias operando em plena colheita no limite da sua capacidade de moagem e numa realidade de demanda interna plenamente abastecida". Para o IEA, o patamar atual é crítico para os produtores. Na bolsa de Nova York, os contratos para janeiro subiram 395 pontos e fecharam a segunda-feira em US$1,7415 por libra-peso.
Recuperação em NY
Os preços futuros do café arábica subiram ontem ao nível mais alto em quatro semanas na bolsa de Nova York. Os contratos para entrega em março tiveram valorização de 605 pontos, cotados a US$2,5360 por libra-peso. Segundo analistas ouvidos pela agência Bloomberg, o mercado foi impulsionado pelas chuvas que dificultam a colheita do café em alguns países latino-americanos - um sinal de que os estoques certificados de arábica deverão continuar nos menores níveis em 11 anos por mais algum tempo. A desvalorização do dólar frente outras moedas, em dia de otimismo nos mercados financeiros, também contribuiu para a valorização da commodity. No mercado doméstico, o indicador Cepea/Esalq avançou 0,48%, a R$507,51 por saca.
Nova queda em SP
O IqPR, índice de preços recebidos pelos produtores agropecuários de São Paulo pesquisado pelo Instituto de Economia Agrícola (IEA) - vinculado à Secretaria da Agricultura do Estado -, encerrou a segunda quadrissemana de outubro com variação negativa de 1,19%. Foi a quinta queda consecutiva do indicador, em linha com a recente redução da pressão dos alimentos sobre a inflação. Houve novas baixas tanto no grupo formado por seis produtos de origem animal (1,89%) quanto no composto por 14 vegetais (0,93%). Dos produtos vegetais pesquisados, a maior queda foi novamente amargada pelos produtores de laranja destinada às indústrias de suco (11,96%, ver ao lado). Entre os produtos de origem animal, o destaque foi a baixa da carne de frango (5,45%).
Fonte: Valor Online. Pela Redação. 25 de outubro de 2011.