Venda de posições
Mesmo após esboçar recuperação no início do dia, os preços futuros do café arábica não conseguiram convencer os investidores após o tombo da última terça-feira. Os papéis com entrega para março encerraram o pregão cotados a US$2,3690 por libra-peso na bolsa de Nova York, desvalorização de 300 pontos. De acordo com analistas consultados pela agência Dow Jones Newswires, as compras em pequena escala das torrefadoras não foram suficientes de conter a avalanche de vendas. "Poderia ter sido um movimento de poucos especuladores, mas o mercado se uniu", afirmou o analista Drew Geraghty, da corretora Icap Futures. No mercado interno, o indicador Cepea/Esalq para o café arábica fechou o dia valendo R$494,13 a saca de 60 quilos, alta 0,35%.
Dólar forte
Assim como ocorreu com o milho, o fortalecimento da moeda americana em sinal de aversão ao risco de investidores preocupados com os rumos da crise na Europa, influenciaram para baixo as cotações da soja na bolsa de Chicago. Os contratos com vencimento em janeiro encerraram o pregão de ontem cotados a US$12,1975, em desvalorização de 14 centavos de dólar. "Para avaliar o mercado hoje [ontem], basta seguir direto no câmbio", disse à agência Dow Jones Newswires Dale Durchholz, analista da AgriVisor, uma consultoria de Illinois. Da mesma forma como ocorreu com o milho, os preços internos da soja tiveram movimento oposto ao registrado no pregão internacional. O indicador Cepea/Esalq do grão no Paraná fechou em alta de 0,36% a R$46,87 a saca.
Desaceleração global
O nervosismo dos mercados e a valorização do dólar voltaram a empurrar para baixo as cotações das commodities agrícolas nas bolsas internacionais. Em Chicago, os futuros de milho com vencimento em março tiveram desvalorização de 12,75 centavos de dólar, fechando a US$6,4950 o bushel. À agência Dow Jones Newswires, especialistas disseram que o mercado está preocupado com o efeito da desaceleração mundial nas exportações do grão a partir dos Estados Unidos.
Ainda, a valorização do dólar torna as commodities americanas menos atrativas aos compradores internacionais. O mercado brasileiro foi na contramão do externo. O indicador Esalq/BM&FBovespa para o grão teve valorização de 0,79%, fechando a R$30,76 a saca de 60 quilos.
Rússia e crise
Em dia de nova alta do dólar, a concorrência aos americanos exercida pela Rússia no mercado de trigo gerou pressão baixista nas cotações, e os futuros do cereal fecharam em baixa nas bolsas dos Estados Unidos. Em Chicago, os futuros para março encerraram o pregão a US$6,5625, queda de 16,50 centavos de dólar. Em Kansas, o mesmo vencimento encerrou o dia a US$7,3025 o bushel, retração de 17,25 centavos de dólar. Especialistas ouvidos pela agência Bloomberg disseram que há uma preocupação de que a crise mundial pode afetar os embarques americanos do cereal. Ainda, que esse cenário de retração pode se agravar diante da agressividade russa nas exportações de trigo. No mercado interno, a saca do trigo no Paraná ficou estável em R$24,59, segundo o Deral/Seab.
Fonte: Valor Online. Por Luiz Henrique Mendes. 27 de outubro de 2011.