A Basf também apresentou ontem na Alemanha uma ferramenta inédita para agricultores de mensuração de algo ainda pouco palpável, mas muito debatido globalmente: a sustentabilidade. A decisão surgiu após a multinacional perceber um vácuo no mercado que atendesse a uma demanda cada vez mais comum aos agricultores - produzir de forma ambiental e socialmente correta e ainda ter lucro. A pergunta inevitável era como fazer isso.
"O conceito de sustentabilidade é novo e cada um tem uma interpretação sobre o assunto. Faltava um padrão de medição desse indicador", afirma Eduardo Leduc, vice-presidente da divisão de Proteção de Cultivos da Basf para a América Latina.
A ideia, segundo o executivo, é comparar o desempenho de diferentes propriedades da mesma empresa para identificar os pontos fortes e fracos, apontando o que precisa ser melhorado. "Não temos o objetivo de certificar, mas o de ajudar no gerenciamento da sustentabilidade".
Desenvolvida nos últimos dois anos, a novidade é um desdobramento de uma ferramenta anterior da Basf que faz o mesmo trabalho para um escopo maior de segmentos industriais. Para chegar a um quadro fiel da situação da propriedade, a ferramenta analisa o ciclo completo da vida dos produtos, dentro e fora da porteira.
A tecnologia anunciada na Alemanha trabalha com uma gama de 16 categorias e 69 indicadores nas três dimensões - social, econômica e ambiental. Mais de 25 mil itens são analisados, desde o volume e a procedência dos insumos até a declividade do solo, o nível do consumo de água, a forma de escoamento e a filiação a sindicatos dos funcionários.
Apesar do lançamento oficial ter sido ontem, sete empresas já utilizam a tecnologia no mundo. No Brasil, os primeiros clientes são a SLC Agrícola e a sucroalcooleira Guarani, controlada pelo grupo francês Tereos. De acordo com Álvaro Gonçalves, gerente de Recursos Humanos e Sustentabilidade da SLC, no caso da empresa o projeto piloto abrange duas propriedades. Uma delas está na Bahia e a outra em Mato Grosso do Sul, somando 44 mil hectares plantados com soja, milho, algodão e café. "Para nós é importante porque sustentabilidade é uma gestão de risco", afirma Gonçalves.
Eduardo Leduc, da Basf, acredita que empossar os consumidores/clientes com uma base técnica de informações contribuirá para a discussão da sustentabilidade na agricultura. De acordo com números da Basf, o custo médio para adotar a tecnologia varia de R$50 mil a R$250 mil, dependendo do volume e da qualidade das informações disponíveis dos clientes. A avaliação, em geral, não fica pronta em menos de seis meses.
Fonte:
Valor Online. Por De Ludwigshafen. 9 de novembro de 2011.
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