O início do período chuvoso nas principais regiões produtoras do País permitiu o avanço do plantio das lavouras de soja da safra 2011/2012, mas eventuais dificuldades climáticas provocadas pelo fenômeno La Niña durante a fase de plantio, de desenvolvimento dos grãos e de colheita podem comprometer o rendimento da cultura. A informação está no boletim “Custos e Preços”, elaborado a partir de informações coletadas no mês de outubro, divulgado nesta quarta-feira (30/11) pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).
Em outubro, a saca de 60 quilos de soja foi negociada a R$43,54 na média do mercado interno, valor similar ao praticado no mesmo mês do ano passado. No boletim, a CNA avalia as perspectivas para o mercado mundial dessa commodity e lembra que o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) revisou para baixo a estimativa de produção de soja nos Estados Unidos em função da forte seca que atingiu as regiões produtoras do País.
A menor produção afetará o fluxo de exportação dos Estados Unidos, beneficiando outros fornecedores mundiais, especialmente da América do Sul, que competem com a soja norte-americana. “As perspectivas de menor oferta impulsionaram os preços no mercado internacional para cima, o que deve contribuir para a manutenção das cotações em patamares elevados”, informa o boletim. Além da redução da oferta dos Estados Unidos, a previsão de crescimento da demanda da China por soja deve influenciar a manutenção dos preços internacionais.
O posicionamento da China no mercado de milho também determinará o ritmo dos preços do grão no mercado externo. As importações do país asiático irão determinar a manutenção dos preços da commodity em patamares superiores às médias históricas. No Brasil, as margens de rentabilidade dos produtores estão sendo sustentadas por altas consecutivas do preço do grão, mantendo-se acima dos valores praticados em igual período de 2010. Essa valorização, especialmente durante o período de colheita da segunda safra deste ano, deverá influenciar a decisão dos produtores de ampliar a área plantada com as lavouras de verão na safra 2011/2012.
A expectativa também é de aumento na área plantada com algodão no Brasil em função da boa produtividade das lavouras na safra passada e das boas cotações da fibra nos mercados interno e externo. Na avaliação da CNA, a implementação de tecnologias poderá garantir a manutenção ou até mesmo ganhos de produtividade das lavouras. “Enquanto as previsões de consumo mundial de algodão permanecem inalteradas, a redução de 11,9% dos estoques dos Estados Unidos, também relatada pelo USDA, deve contrair a oferta mundial da commodity em 2,2%”, informa.
Fonte: Canal do Produtor. Pela Redação. 30 de novembro de 2011.