Falência da MF Global prejudica produtores agropecuários

A falência da importante corretora de commodities MF Global foi sentida não somente por investidores e traders de Wall Street, mas também por produtores de trigo e milho e criadores de bovinos e suínos nos Estados Unidos, conforme relata reportagem do Wall Street Journal. Muitos deles, que usam o mercado de commodities para se proteger contra oscilações de preço, tiveram seu dinheiro preso e suas operações de hedge desfeitas por causa da quebra da MF Global. Os antigos clientes da MF Global ainda esperam a transferência de US$2,1 bilhões, num total de US$5,5 bilhões de seus recursos depositados junto à corretora, que permanecem congelados desde a falência. "Achávamos que esse era um risco no qual nem sequer deveríamos pensar", disse o vice-presidente da financiadora agrícola AgStar Financial Services, Mark Greenwood, de Minnesota. Ele estima que seus clientes têm até US$40 milhões presos com a MF Global. Tais consequências serão avaliadas na quinta-feira pelo Comitê de Agricultura da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos, quando se realizará um audiência sobre o caso. Os membros do Comitê intimaram o ex-executivo-chefe da companhia Jon Corzine, que deve aparecer em público pela primeira vez desde o colapso da MF Global - anunciado em 31 de outubro, supostamente resultante de uma aposta de US$6 bilhões na dívida europeia. O porta-voz de Corzine não quis comentar o caso nesta terça-feira. O Congresso norte-americano recebeu muitas cartas de grupos do setor agrícola pedindo ajuda. Também cobram respostas sobre por que a queda da MF Global abalou um sistema que costuma resolver rapidamente as consequências da falência de corretoras. Legisladores estão pressionando reguladores e líderes da companhia para resolver a questão e explicar quem são os responsáveis. "Estamos recebendo mais solicitações (sobre a MF Global) do que qualquer outra coisa", disse o senador Pat Roberts (Partido Republicano, Kansas), membro de minoria do Comitê Agrícola do Senado. As informações são da Dow Jones. Fonte: Agência Estado. Por Filipe Domingues. 6 de dezembro de 2011.